23 de novembro de 2024
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ELEIÇÕES 2022

Para indecisos, senadora de MS venceu debate; Bolsonaro perdeu

Outra senadora sul-mato-grossense, Soraya Thronicke (União Brasil) disse não ter visto esse país que Lula descrevia, o petista respondeu que o motorista, a empregada e o jardineiro dela viram

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A senadora sul-mato-grossense Simone Tebet (MS), candidata da coligação de MDB, PSDB/Cidadania e Podemos, foi considerada a vencedora do 1º debate entre os concorrentes ao Planalto, segundo pesquisa do Datafolha com eleitores indecisos. O pior desempenho foi do presidente Jair Bolsonaro (PL), que mentiu 30 vezes ao longo do debate. São 10 mentiras a mais do que ele contou no JN em 22 de agosto. 

Organizado pela Band, a TV Cultura, a Folha e o UOL, o debate foi tenso, com Bolsonaro atacando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com xingamentos. Lula disse que é “mais limpo que os parentes” de Bolsonaro. 

Outra senadora sul-mato-grossense, Soraya Thronicke (União Brasil) disse não ter visto esse país que ele descrevia, o petista respondeu que o motorista, a empregada e o jardineiro dela viram. Na maior parte da noite o alvo preferencial foi Bolsonaro, que se irritou quando Ciro Gomes (PDT) lembrou sua declaração de que não havia fome no Brasil e com as críticas de Tebet e Thronicke a seu comportamento na pandemia. Felipe D’Ávila (Novo), candidato mais rico, com patrimônio declarado de R$ 24,6 milhões, virou meme ao se apresentar como “um cidadão como você”. 

Nas redes, o primeiro bloco do debate alcançou 19 milhões de pessoas. Os blocos dois e três, 13 milhões cada, de acordo com estudo da Quaest. Na análise de sentimento, Simone Tebet também levou a melhor. Bolsonaro e Felipe D’Ávila ficaram tecnicamente empatados em último. 

Talvez o pior momento de Bolsonaro tenha sido quando atacou a jornalista Vera Magalhães, que, em pergunta a Ciro, afirmou que o presidente espalhou desinformação sobre vacinas. Bolsonaro, na réplica, disse que Vera dormia pensando nele. “Você tem alguma paixão por mim. Fazer acusações mentirosas ao meu respeito. Você é uma vergonha para o jornalismo brasileiro”, disse Bolsonaro. As candidatas/senadoras de MS reagiram: “Nós temos que dar exemplo, exemplo que lamentavelmente o presidente não dá quando desrespeita as mulheres”, afirmou Tebet. “Quando homens são tchutchucas com outros homens, mas vem para cima da gente [mulheres] sendo tigrão, eu fico extremamente incomodada. Aí eu fico brava sim”, completou Thronicke.

O clima também esquentou nos bastidores, onde acompanhantes dos candidatos assistiam ao encontro. O deputado André Janones (Avante-MG), hoje o principal cabo-eleitoral digital de Lula, envolveu-se em três bate-bocas com candidatos a deputados bolsonaristas. Primeiro foi o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, numa troca de berros que só não descambou para a agressão por interferência de seguranças. Depois, quando dava uma entrevista, Janones foi provocado pelo ex-presidente da Fundação Palmares Sérgio Camargo (PL) e pelo ex-BBB Adrilles Jorge (PTB) e reagiu, chamando Camargo de “capitão do mato” e Adrilles de “vagabundo”. Ao fim, Janones usou o Twitter para explicar a briga com Salles. O ex-ministro, segundo o parlamentar, reagiu quando Janones ameaçou plantar uma árvore na porta de sua casa.

Bela Megale: “O desempenho de Lula no primeiro debate entre os candidatos à Presidência frustrou boa parte de seus aliados na cúpula do PT e em outros partidos. A leitura foi a de que o ex-presidente adotou uma postura ‘apática’ e diferente daquela celebrada pela coordenação da campanha na entrevista concedida ao Jornal Nacional", avaliou no O Globo. 

Lauro Jardim: “A pesquisa qualitativa encomendada pela campanha de Bolsonaro detectou: o ponto baixo do presidente no debate da Band foi a grosseria atirada contra Vera Magalhães no segundo bloco do programa. Foi alvo de críticas não apenas das mulheres que participaram da pesquisa que era feita em tempo real, como também dos homens", explicou no O Globo. 

Fonte: MEIO.