“O fundador e maior nome de seu partido, Leonel Brizola, se estivesse vivo rasgara a roupa. Ou deve estar revirando-se no túmulo”. A frase, do deputado estadual Pedro Kemp (PT), foi endereçada em aparte ao discurso do pedetista Felipe Orro defendendo a privatização da Petrobras. Além de Pedro Kemp, outros parlamentares – como os petistas Amarildo Cruz, João Grandão e Cabo Almi – e os peemedebistas Eduardo Rocha e Antonieta Amorim também reprovaram a pregação de Orro, que surpreendeu praticamente todo o plenário.
Para Felipe Orro, a estatal já fez muito pelo Brasil e hoje é um símbolo de ineficiência e de mau gerenciamento. Para sustentar sua tese, ele exemplificou com o alto custo dos combustíveis, afirmando que os preços praticados no Brasil são os maiores das Américas. E completou com uma referência aos “modelos fracassados” de gerenciamento e escolha de diretores, ressalvando, porem, não ser privatista: “O que eu defendo é uma solução para que a Petrobras seja resgatada como a grande empresa que deve ser”.
?Para Antonieta Amorim, a corrupção que envolve dirigentes da Petrobras, empresários e agentes políticos está espraiada nos diversos setores da sociedade e dos poderes – no entanto, esse não é um motivo para sugerir a privatização da empresa. “A Petrobras é, com certeza, um dos mais sólidos emblemas da história de nossa brasilidade, pois foi criada para recuperar a autonomia do Brasil à exploração do seu subsolo. O povo foi ás ruas para gritar que o petróleo nosso deveria ser nosso e esse grito tem que ser preservado e respeitado”, assinalou.