Retaliação, provocação ou apenas um deslize fruto de inexperiência política? Caberá ao tempo, à história e claro aos campo-grandenses julgarem, mas a verdade é que a sessão da Câmara dos Vereadores da próxima terça-feira será tumultuada e não só pelo início dos trabalhos da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das Finanças, mas Olarte, entregou hoje à Câmara, um projeto que promete esquentar os ânimos e que pode quebrar uma relação de cordialidade entre ele e o presidente da Casa, vereador Mario Cesar (PMDB).
O MS Notícias recebeu informações de que o Prefeito, na tentativa de cortar os gastos, depois de suspender gratificações de professores, médicos, enfermeiros, e outros servidores, agora decidiu "atacar" os auditores fiscais. O projeto entregue hoje na Casa de Leis prevê cortes que podem chegar até 30% dos rendimentos de bonificações dos auditores.
O texto é perigoso em dois sentidos, técnico e político. Olarte, segundo informações recebidas pela reportagem, escreveu o projeto sem consultar a o secretário municipal de receita Ricardo Vieira Dias, funcionário de carreira, auditor fiscal experiente, que, obrigatoriamente, deveria ser consultado não só por ser auditor, mas por ser o titular da pasta responsável pelo setor.
Conforme fontes, a relação entre Olarte e Ricardo já não é das melhores há tempos, o que pode, supostamente, explicar a atitude do Prefeito, de enviar um projeto que sequer passou pelas mãos do secretário da pasta.
Mas, talvez, esse esteja longe de ser o ponto mais perigoso do projeto. Fato é que Olarte, pode, consciente ou não, comprar uma briga sem precedentes com o presidente da Câmara, vereador Mario Cesar, que é auditor fiscal do município, funcionário de carreira da Prefeitura da Capital, e exerceu a função durante 18 anos. Mario, inclusive, foi diretor da pasta, portanto, claro que ficará entre a cruz e a espada, pois, ele (Mario) não poderá simplesmente fechar os olhos e deixar um projeto polêmico como esse, que pode trazer impactos significativos entre os auditores e para o município tramitar sem que ele se manifeste, os auditores fiscais, colegas de Mario, não deixariam isso passar.
Pelos bastidores da Câmara já circulam rumores da insatisfação de Mario com Olarte, já há tempos devido às recentes atitudes do Prefeito, e segundo testemunhas do dia a dia da Casa que estavam presentes quando projeto foi entregue, o texto não foi bem recebido e Mario teria nesta noite contatado secretários, ente eles, André Scaff, de finanças, para entender o que levou Olarte a tomar esta decisão ainda mais quando servidores municipais, médicos, professores, vereadores e a população reclamam das escolhas do Prefeito que mantém comissionados enquanto corta salário de professores, médicos, concursados e convocados. Enfim, a semana promete, pois Mario, certamente, não irá, até porque não pode, deixar um projeto como esse passar em branco.