Abençoado Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande (IMPCG) que atende ao prefeito Gilmar Olarte e sua família (duvido até que precisem, no seu universo megalomaníaco ele pretende ser atendido no Hospital Sírio-Libanês em São Paulo, além de excelência em medicina, a menina dos olhos dos remelentos políticos brasileiros), também aos servidores municipais mal pagos e maltratados, e as 1.045 ovelhas do pastor que “ainda que andem pelo vale da sombra da morte”, a assistência médica do IMPCG lhes seguirão todos os dias de suas vidas e os rendimentos, ainda que atrasados, engordarão por dízimos os cofres da denominação evangélica de tal pastor.
O terremoto que atinge a Câmara Municipal tem nome e sobrenome. O terremoto limpará a terra e a Câmara. A imprensa estará atenta a cada votação, a cada apoio desmedido, a cada vela acendida a um e outro, e a cada martelada no cravo e outra na ferradura. Os nomes que brincam com a seriedade da fome, da desassistência, da deseducação, e principalmente da humilhação para com a população, serão lembrados, rogados, amaldiçoados.
A população desassistida pede um basta senhores vereadores que usam da tribuna para proclamar espantosas indignações contra os atos do prefeito para, logo depois renderem-se subservientes a este e a seu séquito escolhido ou apoiado pelos senhores.
Alguns irão se reeleger sim, graças aos seus currais eleitorais, mas será que conseguem realmente se postar de cabeças erguidas por entre essas ovelhas? Ainda que busquem justificar tantos desmandos e o total desgoverno pela “crise” econômica, nos bairros, nas ruas, nos becos, isso ainda tem outro nome. Inominável.
E nos fazemos de tolos e acreditamos que a vereadora Carla Stephanini (PMDB), filha do ex-desembargador Carlos Stephanini, que em 2005 votou a absolvição de Zequinha Barbosa e Luiz Otávio Flores da Anunciação, que tinham sido condenados à prisão por exploração sexual de criança ou adolescente, com o argumento de que “não foi um caso de exploração sexual porque as três meninas, com 13, 14 e 15 anos de idade na época dos fatos, em junho de 2003, já tinham se prostituído antes, possa hoje acompanhar com total isenção o atual caso de escândalo de abuso sexual que envolve, entre outros, Alceu Bueno, Sérgio Assis e o mesmo Robson Martins.
Mas falamos até agora…
Para alertar que a atual gestão municipal colocou a Capital numa tal situação que quatro ou cinco anos – e estamos na dependência da Reforma Política – não serão suficientes para reerguer as finanças do município e a moral dos campo-grandenses. Se por um lado afasta alguns aventureiros conscientes de suas incapacidades, por outro atrai aproveitadores que poderão se locupletar na desculpa de uma terra arrasada para administrar. A nós, pagadores de impostos e ciosos de nossas responsabilidades cívicas, resta apenas a indignação.
Hoje corremos, entre todos os riscos, o mais cruel de todos: ficaremos sem assistência à saúde. Do provérbio/mantra “Saúde e Paz, que do resto a gente corre atrás”, só nos resta…. não nos resta nada.
Os médicos da rede municipal de saúde aprovaram, em assembleia extraordinária realizada no Sindicado dos Médicos de Mato Grosso do Sul (Sindmed-MS), a paralisação das atividades a partir da quarta-feira (6).Motivos: falta de definição em relação ao reajuste salarial da categoria e a suspensão das gratificações.
Paulo Siufi (PMDB), como diria vovó, “em palpos de aranha” disse que a greve era esperada em função do rompimento do diálogo entre a categoria e a Prefeitura."Eles ganham aquém do piso nacional, (…) não obtiveram resultados e não restou alternativa”, disse o safo político, que parece comandar apenas a metade boa da laranja da saúde.
Santa Casa
Para fechar uma semana onde ficaram evidentes e patentes as diferenças entre homens e meninos, Gilmar Olarte, com toda a sustentação que recebe de 23 vereadores da base aliada do prefeito na Câmara, entre os quais o próprio presidente, o diretor da Associação Beneficente de Campo Grande, gestora da Santa Casa de Misericórdia, Wilson Levi Teslenco, contestou a proposta da prefeitura de repassar R$ 3 milhões, dos quais R$ 2 milhões para atendimentos de baixa e média complexidade e R$ 1 milhão para alta complexidade.
“Nós iríamos operar com deficit de R$ 1 milhão na média complexidade, em um contrato de 30 dias que oferece segurança. O contrato deveria ter validade de 12 meses”, disse Teslenco que, educado, não mencionou o fato de que saúde não é assunto para ser tratado com pouca seriedade.
.Antônio Lastória, representante da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), contrariado informou, em nome do governo municipal, que “farão tudo de forma consciente e dentro das possibilidades. A proposta foi feita para um contrato imediato tentando sanar o problema de maneira emergencial”.
O governo do Estado tem seu pecado nesse episódio “Santa Casa”, mas assim como o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) evita encontros forçadamente casuais por parte do prefeito, também não quer estar atrelado a negócios com a prefeitura da Capital. Talvez para evitar uma conversa que corra o risco de ser atravessada por crianças, prefira o diálogo entre homens na busca de uma solução para o binômio Saúde Pública/Santa Casa.
Por fim
Um falso profeta tem sede de poder, vive pelo poder e ama o poder. Por isso, mais do que servir aos anjos caídos, cerca-se deles. Não temos no executivo um gestor capaz, assim como incapazes são alguns dos que o cercam e mal intencionados todos os outros. Resta saber se, na inoperância de um Judiciário sem tempo para analisar o processo do Gaeco, teremos um legislativo que cumpra suas funções.