13 de novembro de 2024
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Editorial

Olarte exagerou nas nomeações, economizou no trabalho, e Capital segue sem direção

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Ontem, no início da noite, o Prefeito Gilmar Olarte, autorizou a exoneração de 232 comissionados que atuam na Prefeitura de Campo Grande. A medida, segundo Olarte, irá gerar uma economia de R$ 1 milhão por mês.

A medida chegou, mas chegou tarde e aos olhos de um bom leitor, é imediatista, sinal de quem está com corda no pescoço, e já não tem mais opção de planejar, mas insistem em não ouvir as indicações do Legislativo e até mesmo as recomendações do (Ministério Público Estadual), pois "o corte cirúrgico, feito na própria carne", como disse ontem o Prefeito não atinge nem os 20% recomendado em outubro de 2014 pelo órgão. Olarte exonerou apenas R$ 16,52% dos 1404 comissionados.

E vale uma ressalva, desses, 31 professores convocados pela Prefeitura, que desde que resolveram compartilhar sua indignação aos desmandos na Semed (Secretaria Municipal de Educação) têm sido demitido. Como as 13 recreadoras dos Ceinfs (Centro de Educação Infantil), que depois, por ação do sindicato voltaram ao cargo como Maiko Ferreira, professor de matemática que até hoje não recebeu sequer um documento de rescisão oficial.

Mas voltando aos comissionados, conforme relatório extraído do Diogrande de 14 de março de 2014 a 15 de maio de 2015, Olarte nomeou 1404 funcionários. Dentre as pastas, a recordista de nomeações é a Segov (Secretaria Municipal de Governo), são 227 cargos em comissão;

A Segov é comandada por Rodrigo Pimentel, o homem “forte de Olarte”, designado pelo Prefeito para resolver seus problemas. Rodrigo é filho do desembargador Sidnei Soncini Pimentel. Rodrigo aparece em diversas escutas do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) negociando, discutindo cargos na Prefeitura com aliados, com o vereador do PT do B, Flávio Cézar, que cobrava de Rodrigo em uma ligação a nomeação de um indicado do partido na Semadur (Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano.

Rodrigo também é o mesmo que aparece em escutas do Gaeco conversando com irmão de Ronan Feitosa, que é acusado de lavagem de dinheiro juntamente com Olarte, quando ele Ronan foi preso em São Paulo. A conversa era clara, Ronan estava preço e Rodrigo se compromete a resolver.

Depois, vem a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) com 151 comissionados, em seguida, a Seintrha (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação) comandada por Valtemir Brito, amigo de Olarte de velhos tempos, com 132.
 
Em seguida, com 110 comissionados está a Semad (Secretaria Municipal da Administração), que tem Wilson do Prado, à frente. Depois, vem a Seplanfic (Secretaria Municipal de Planejamento, Controle e Finanças), de André Scaff.
Embora aos olhos de qualquer cidadão e até mesmo do MPE, o número atual de comissionados da Prefeitura da Capital não é considerado pelo Prefeito um problema.

Quando MPE recomendou exoneração e não nomeação de novos comissionados, Olarte simplesmente não seguiu a orientação do órgão, quando vereadores cobravam explicações sobre número exagerado, Olarte sequer respondeu. À imprensa, questionado pelo MS Notícias, Olarte justificou a quantidade de 1404 dizendo que muitos funcionários de aposentaram e muitos estavam cedidos ao governo.
 
Porém, em algumas secretarias, como a de Receita, por exemplo, mantém ainda funcionários que já deveriam estar aposentados, porém continuam trabalhando diante da recusa do município em abrir novo concurso público. Por outro lado, Olarte nunca respondeu o porquê não solicitou ao governo o retorno dos profissionais.

O que ninguém responde, muito menos o Prefeito, é o motivo de tantas nomeações. Ontem, o MS Notícias publicou com exclusividade, processo de Ação Civil Pública por Improbidade Administrativa contra Gilmar Olarte, Beth Félix, da Agetran, e Valtemir Brito por nomeações de funcionários fantasmas, um deles, inclusive, é Felipe Félix de Carvalho, filho de Beth Félix. Coincidência ou não, no mesmo dia, Olarte exonera comissionados.

O MPE solicita também o bloqueio de bens dos envolvidos para ressarcir prejuízos ao erário público, mas mesmo assim, Olarte exonera apenas 16% dos comissionados, se esta é a resposta que o Prefeito pretende oferece à população que tem sofrido com greve de médicos, greve de professores, falta de comida em escolas municipais, talvez ele não saiba que os campo-grandenses estão atentos à política e sabem fazer contas, ou talvez, ele simplesmente não leve isso em consideração, afinal como ele mesmo disse em diversas conversas com amigos, ele “está blindado”. Confira lista de nomeações:

Emha (Agência Municipal de Habitação) – 41

Agereg (Agência Municipal de Regulação) – 10

Agetran (Agência Municipal de Trânsito) – 58

Coordenadoria Geral de Segurança Pública – 24

Fundac (Fundação Municipal de Cultura) – 21

Funesp (Fundação Municipal de Esporte) – 29

Funsat  (Fundação Social do Trabalho) -38

Instituto Municipal da Previdência de Campo Grande – 38

Instituto Municipal de Tecnologia da Informação – 77

Procuradoria Geral do Município – 59

Planurb – 47

Secretaria Municipal de Receita – 33

Secretaria Municipal de Assistência Social - 47

Sec. Municipal da Juventude – 10

Sec. Municipal da Mulher – 28

Sedesc  (Secretaria Mun. De Desenvolvimento Econômico, Turismo e Agronegócio)– 65

Segov (Secretaria Municipal de Governo)– 227

Seintrha (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação) – 132

Semad (Secretaria Municipal de Administração) – 110

Semadur (Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) – 49

Semed (Secretaria Municipal de Educação)– 42

Seplanfic (Secretaria Municipal de Planejamento, Controle e Finanças)– 103

Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública)- 151