23 de dezembro de 2024
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Editorial

O horizonte começa a clarear, ou não, na política Sul-mato-grossense

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Algum desenho está saindo do esboço e ganha as primeiras cores. A se confirmar a candidatura de Marquinhos Trad à prefeitura da Capital pelo PSD, que sairia das mãos de Antonio João para o domínio da família Trad (Nelsinho, Fábio também), ou manteria o empresário como fonte de marketing político via jornal diário e com o peso conquistado pela ótima performance do partido nas eleições de 2012.

A resposta dada é a esperada por qualquer um com o mínimo conhecimento de política: “Não existe nada a respeito disso. Nunca houve um 'convite oficial'. São meras especulações”.

Mas, a partir das “especulações” que têm vindo da cozinha dos mandatários, os conchavos têm uma forte tendência de verdade. Por enquanto o que se sabe é que o PMDB está em polvorosa. E tem candidatos fortes, mas que não se prepararam o tanto quanto Marquinhos se preparou, ou terraplanou o terreno, e essa diferença terá que ser tirada com o peso da legenda.

Pelo PMDB, nomes com plenas condições e capacidades não faltam. Paulo Siufi e Mario Cesar além de cartas certas e grandes contendores dentro do partido, possuem – ou parecem possuir – capacidade administrativa e política. Antonieta Amorim tem a força do poder econômico e, acima de tudo, 'quer', mas esqueceu de combinar com os eleitores que pode ser uma boa candidata.

O PTdoB, ainda sob o comando do ex-governador André Puccinelli, deve vir com candidatura própria obedecendo a máxima chacriniana do “eu vim para confundir, não para explicar”. A se confirmar a candidatura do deputado estadual Márcio Fernandes, ou da deputada Mara Caseiro, o partido confirma que tende à extinção sem as bençãos de seu grande mentor. Márcio, Mara e Puccinelli nada têm a perder, o partido sim. E tanto tem que foca em conquistas imediatas num acordo mal explicado com o atual prefeito Gilmar Olarte (pp sob liminar). Uma pena, perder a capacidade de seus três vereadores na Capital.

O PR garantiu que vem com candidato, e nesse caso a herdeira de Londres ou Paulo Corrêa, para marcar uma posição que permita ao partido vagas nas diversas Câmaras Municipais dos 79 municípios e prefeitos e vice-prefeitos nas 78 cidades do interior. Parece que não, mas as eleições da Capital têm grande influência.

E por ai afora, mas nada que chame a atenção tanto quanto uma candidatura de Alcides Bernal (PP), essa sim um grande complicador. Mas, ele lançará seu nome, ou negociará seu apoio? Para ficar candidato, o ex-prefeito necessita apenas de suporte financeiro. Talvez Bernal não cometa o erro do isolamento político duas vezes consecutivas, e isso poderá lhe permitir o caixa de campanha necessário.

Se colocada a candidatura Marquinhos Trad, pelo PMDB, o partido vai implodir porque ele terá como adversários o que há de melhor nos outros partidos que pretendam concorrer seriamente e toda uma parte do PMDB, que desde muito se divide em dois blocos, quase dois partidos dentro de um. Se os acordos com o PSD se confirmarem, ou que vá para outra legenda, este é o nome a ser batido. Se ao seu lado estiver Carlos Alberto de Assis, menos pelo peso de seu nome e mais pela legenda que representa, o candidato peemedebista terá que contar com a união plena e força total da legenda.

Se o PP lançar o nome do ex-prefeito Alcides Bernal (e deve-se ter claro que a candidatura Bernal tem muita força, mas se for apenas apoio a outro candidato, essa força se dilui e enfraquece), a eleição fica polarizada e indefinida.

Com Marquinhos Trad de um lado e Alcides Bernal de outro, quem pretenda realmente concorrer para ganhar, leia-se PMDB ou PT, só terá chances se vierem com os comandantes André Puccinelli e Zeca do PT. A eleição ficaria totalmente indefinida, mas seria uma boa briga, uma ótima campanha para se ver.

Os mais experientes dão como impossível uma cédula eleitoral dessas. Argumentam que André não iria para o confronto porque em caso de indefinição e na eventualidade de perder a eleição para Marquinhos, Bernal ou Zeca, não gostaria de ter esse fato como parte de seu currículo.

Para o ex-governador e atual deputado federal Zeca do PT, caso não vença, seria apenas um intervalo aproveitado para reforçar ainda mais seu próprio nome e dar maior peso ao seu grupo político. Se não ganhar, não perde.

André Puccinelli, nesse caso optaria por medir forças com Delcídio do Amaral na disputa pelo Senado em 2018. Jogaria todo seu peso político em articular uma sólida base no interior do Estado. Mas teria que agir muito e intensamente porque ele próprio e o PMDB da Capital estariam no sereno político, enquanto veria o clã Trad e os Tucanos ganhando corpo e força.

Em tempo, Gilmar Olarte teve seu tempo de glória ao ganhar o comando da Capital numa sequência de desajustes políticos. Não só a população lhe reprova como nenhum partido de fato lhe quer. Talvez ganhe guarida em um dos minúsculos de aluguel.

É, tem muito barulho de pratos, talheres, copos e panelas na cozinha da política campo-grandense.