Visivelmente contrariado pela notícia e pelo fato de os vereadores tomarem conhecimento da pretensão do deputado Márcio Fernandes (PTdoB) em concorrer à prefeitura da Capital, Flávio César, líder do partido na Câmara Municipal de Campo Grande, falou à imprensa que causou muita estranheza a declaração até porque não houve definição partidária nesse sentido.
“É legítimo que o partido venha a discutir a possibilidade, mas eu não posso ser candidato de mim mesmo. Uma sucessão municipal passa necessariamente pela Câmara de Campo Grande, e hoje nós temos três vereadores que estão numa estatura que poderiam pleitear a indicação. Havendo um consenso a partir do interesse do partido em lançar uma candidatura, o meu nome estaria à disposição para isso. Estou no segundo mandato, sou vice-presidente da Câmara, fui líder do prefeito Nelsinho Trad e temos uma trajetória no município que nos credencia para uma postulação como essa”, disse Flávio César.
Segundo o vereador, causou estranheza o apoio do presidente nacional do partido, uma pessoa que sempre coerente e que, em sua opinião, jamais teria uma atitude isolada de manifestar apoio a A, B, ou C, sem uma discussão partidária que partisse do diretório municipal, depois pelo estadual para, só então, ser interpretado pelo nacional.
Em conversa telefônica que manteve com o presidente regional da legenda, Morivaldo Firmino ainda pela manhã, Flávio ouviu deste que a posição dos diretórios regional e municipal não têm nenhum posicionamento sobre candidaturas e que haverá ampla discussão em reunião já agendada para a segunda-feira (1/3), com a presença dos três vereadores da Capital.
Questionado se não seria um desmerecimento aos três vereadores o fato do deputado Márcio Fernandes ter sua trajetória política baseada no município de Jaraguari, Flávio disse querer crer que tenha havido um equívoco, até porque o Márcio é um deputado, uma jovem liderança estadual, mas o partido tem outros bons nomes que compõem o quadro de filiados, e que para começar a pavimentar um caminho como esse precisa haver uma ampla discussão.
“Primeiro é necessário definir se o partido vai ter uma candidatura própria, diante do cenário que nós estamos vivendo, ou se o momento fosse para compor com outros partidos. Depois, se houver uma decisão por uma candidatura própria, ai sim discutir os nomes. Não estou menosprezando o nome do Mário Fernandes, nem desmerecendo, mas temos outros nomes. E eu coloco meu nome à disposição do partido para ser avaliado”, enfatizou.
Se o fato de pesar a reforma política que deve proibir coligação nas proporcionais, seria um fator para a atitude do presidente nacional da legenda em lançar o nome de Márcio Fernandes, o vereador repetiu que o presidente nacional é muito coerente e que ele não teria tomado essa atitude sem que houvesse um contexto, um diálogo, uma construção, e da forma que aconteceu, infelizmente é um caminho impróprio que causou um mal-estar desnecessário que ele tem certeza que será esclarecido na reunião.