15 de novembro de 2024
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Editorial

Nas críticas ao prefeito, Mario Cesar e Siufi reforçam nas entrelinhas suas próprias candidaturas

Ambos falam em apoio pela governabilidade, Siufi é mais contundente, Mario mais diplomático, mas ambos tecem críticas cirúrgicas tanto à gestão quanto ao secretariado.

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Sutileza e sabedoria. Com esses dois predicados os experientes vereadores Paulo Siufi e Mario Cesar, ambos do PMDB, sedimentam seus nomes na corrida para as próximas eleições municipais em 2016, e não para mais um mandato parlamentar, o objetivo é a indicação pelo PMDB como candidato a Prefeitura da Capital.

Em cada cobrança que fazem por meio dos microfones da Câmara ou diante dos jornalistas, deixam mais do que claro que têm condições de administrar Campo Grande.

Siufi tem feito duras cobranças de forma pública e já entrou em rota de conflito com prefeito e seu líder na Câmara, por mais de uma vez. Um dos articuladores da cassação do prefeito Alcides Bernal, o vereador que está em seu terceiro mandato consecutivo, eleito pela primeira vez em 2014, ex-presidente da Casa, Siufi nunca aceitou que o executivo omitisse informações, entende isso como desrespeito aos parlamentares.

Protagonizou nos últimos dois meses, alguns enfrentamentos que beiraram a tensão entre os poderes quando teceu críticas diretas, agindo de forma semelhante aos opositores, chegando a ameaçar assinar a CPI do Tapa Buracos proposta pela vereadora Luiza Ribeiro e que conta com oito assinaturas. Encurralou o prefeito, e venceu. Foi recebido em audiência e declarou que cobrou “ação imediata”. Seu mantra tem sido: “Passou a fase da adaptação, Olarte tem que mostrar trabalho”.

Mais diplomático, até pelo fato de presidir a Mesa Diretora da Câmara Municipal de Campo Grande, Mario Cesar, eleito pela primeira vez nas eleições de 2008 e exercendo seu segundo mandato, prefere dizer que suas cobranças e críticas à gestão Olarte são, na realidade, um trabalho mais voltado para o município e menos para as composições políticas. E repete que “é base de Campo Grande”, determinando assim uma necessária e sábia distância da atual administração municipal.

O seu papel destacado no processo de cassação de Alcides Bernal, repete-se agora e de forma inversa em relação a Olarte. Ainda que se beneficiasse no caso da cassação do atual prefeito – é o nome indicado por consenso para assumir a gestão municipal –, sabe que pegar o imenso e passado abacaxi de uma prefeitura desmantelada traria mais prejuízos do que benefícios para as suas pretensões futuras.

Falando durante sessão itinerante da Câmara realizada no Centro Comercial do Oeste (antiga Rodoviária) na manhã de ontem (10), quando questionado acerca da reunião entre a bancada de seu partido e o prefeito disse que “Nós cobramos do prefeito um planejamento. A bancada do PMDB é composta por sete vereadores e ainda que não tenha sido discutida dentro do partido a liderança do Edil, que foi uma escolha pessoal do prefeito, ele é do PMDB, e o partido tem responsabilidade com Campo Grande. A nossa concepção de base, é 'Base de Campo Grande', e nós não vamos nos furtar de fazer críticas construtivas, respeitando a realidade da situação financeira pela qual passa a Capital, para fazer um mínimo aceitável para atender as demandas mínimas.”

Mario Cesar pretende cobrar todo o planejamento em relação ao dinheiro que vem do governo Federal, das emendas dos parlamentares, o próprio dinheiro do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) que estão com as licitações disponíveis, esperando o dinheiro da prefeitura para a continuidade das ações que estão paradas. E critica: “Nós temos Ceinfs, Unidades Básicas de Saúde (UBS), Unidades de Pronto Atendimento (UPA) parados. Foi cobrado o acesso a esse planejamento, e nos foi apresentado. Pedimos que fizesse isso de forma coletiva (a todos os 29 vereadores), para que a gente possa efetivamente colaborar com o prefeito sem fazer parte da administração. Nós não queremos fazer parte do governo, para que possamos ter isenção”, finalizou Mario.

Mario César sabe trilhar os caminhos da política e conhece os atalhos que devem ser evitados, ainda que pareçam mais atrativos. Terá que encorpar sua atuação parlamentar para ganhar a confiança do grande mentor peemedebista, o ex-governador André Puccinelli, que para essa eleição já tem uma carta na manga, e é uma dama de ouros.

Questionado sobre, Mario foi direto e repetiu o que já havia sido dito por Siufi em outra ocasião: “Estou colocando meu nome à disposição, meu partido vai lançar candidatura própria e, se o PMDB entender que o nosso nome vai atender à expectativa de Campo Grande, por que não encarar esse desafio?”

Siufi, por sua vez, não escolhe caminhos, prefere abrir seu caminho como se operasse uma patrola. Era um nome forte para concorrer à Prefeitura nas eleições de 2012, tinha todas as condições de vencer, mas foi vítima da escolha errada do então governador Puccinelli, que optou por um Edson Giroto sem discurso e sem empatia.

Nesse xadrez político, parece que Mario Cesar joga com as brancas, o que nem sempre significa vantagem. Qualquer que seja o vencedor, são fortes e articulados, o que significa que, qualquer que seja, será o candidato a ser batido na disputa de 2016, por quem se aventure.