A manifestação contra corrupção e a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) em Campo Grande começou há pouco mais de uma hora e até o momento conta com número reduzido de manifestantes do ato do dia 15 de março, que reuniu cerca de 50 mil pessoas. Segundo contagem da Polícia Militar, aproximadamente 10.000 pessoas caminham pela avenida Afonso Pena em direção à região do Parque das Nações Indígenas. Carros, motos, cavalos, carros de som, caminhões e DJs fazem parte do movimento.
Para uma das organizadoras do evento, jornalista Karina Maia, o número reduzido de manifestantes se deve à chuva que atingiu o centro da Capital perto das 15h e também à corrida de Fórmula Trcuk, que aconteceu pela manhã e terminou por volta das 14h. Porém, ela pondera que na primeira manifestação havia ainda o caráter "festivo", e que hoje o ar é de seriedade e que todos os presentes têm plena consciência de que "apenas com ações contantes será possível mudar a situação do Brasil". Karina também adiantou que todos os movimentos e entidades presentes estão comprometidos em atuar diariamente fiscalizando as ações do governo. Ente entidades que participam da manifestação, estão diversas loja maçônicas, que levaram cerca de 300 pessoas entre membros da maçonaria e familiares.
Os dois motivos principais do protesto permanecem os mesmos: combate à corrupção e impeachment de Dilma, embora o discurso contra o PT (Partido dos Trabalhadores) esteja mais acentuado desta vez mesmo sem presença de partidos ou organizações políticas. Os manifestantes exigem nova reforma política contrária à proposta pela presidente e por entidades como OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
Outra exigência é que BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Social) e a Caixa Econômica Federal sejam investigados. Enquanto percorrem a Afonso Pena, os manifestantes seguem carros de som que reproduzem promessas de campanha de Dilma das eleições do ano passado e a maioria da multidão grita pela saída do PT do poder, que para eles, é única forma de acabar com a corrupção.
Também faz parte do discurso contra PT, as críticas em relação aos empréstimos feitos por Lula e Dilma, com recursos do BNDES e da Caixa, a países de esquerda como Bolívia, Venezuela e Cuba enquanto muitas obras essenciais estão paralisadas no Brasil por falta de recursos. E também há as críticas contra caso de desvio de recursos da Petrobras que veio à tona com Operação Lava Jato.
Para a médica Sirlei Ratier, o governo petista, antes representado por Lula e agora por Dilma, é responsável pelo que se pode chamar de retrocesso em todas as áreas. "Estou aqui como cidadã, mas este governo, desde época do Lula não tem ajudado o desenvolvimento do Brasil", afirma.
Já as irmãs Rosalba e Rosana Figuissardi acreditam que não basta apenas retirar apenas o PT do poder e sim todos os políticos que sejam comprovadamente corruptos. Para elas, o mais importantes neste momento é que os brasileiros se unam e que continuem os protestos para pressionar governo e classe política. "Não adianta tirar só o PT. Todos que tenham cupa precisam sair, só assim acabaremos com a corrupção. Mas para isso, o povo precisa se unir e acreditamos que só com a paralisação total dos caminhoneiros o que acabaria com abastecimento de alimentos, teríamos todo povo unido, e governo pressionado. Nós estamos fazendo nossa parte, falta políticos fazerem a deles", dizem as irmãs.