Ainda que se sinta sufocado dentro do PMDB, o deputado estadual Marquinhos Trad aguarda uma conversa que estava prevista para acontecer há duas semanas com mandatários da sigla para um possível aparar de arestas. De acordo com o deputado não há sinalização de permanência no partido que tem, atualmente, sua base rachada, em função de desacordo interno. Mas, ele já admite abrir uma conversação com correligionários. “Eu pedi a reunião e até agora não foi marcada”, disse.
A situação de Marquinhos Trad ainda se ressalva pela busca de outras opções, como a migração para o Rede Sustentabilidade. “O Rede é dos partidos que eu venho conversando, mas, se eu tiver o convite formalizado pelo direção nacional e pelos que estão comandando o Rede em Mato Grosso do Sul com certeza irei”, afirma. De certa forma, a probabilidade de Marquinhos não continuar no PMDB vai tomando contornos ainda mais acentuados, já que há uma insatisfação partidária com relação ao clã Trad e mandatários da legenda que impedem sua candidatura a prefeito de Campo Grande em 2016. E para não ter a campanha esvaziada como ocorreu em 2012 com a escolha de Edson Giroto para concorrer ao pleito e de Nelson Trad Filho, que, segundo o próprio, não sentiu-se acolhido para concorrer o governo do Estado em 2014, Marquinhos não descarta outras vertentes.
Porém, caso a reforma política garanta a sua desfiliação sem a perda de mandato, o deputado também tem a chance de ir para o PSD. Segundo ele, o texto da reforma política que aguarda sanção da presidente Dilma, ainda causa ambiguidade, e pode ter outras interpretações. “A redação é um pouco confusa quando ele fala da vigência do mandato, mas eu acredito que não seja apenas para vereador”, confia. E se realmente for assegurado pela janela, Marquinhos não tem somente o PSD, comandado por Robson Gatti, seu parente, mas também o PTB dirigido por seu irmão Nelsinho Trad. E mesmo que não opte por nenhum dos dois. Marquinhos tem, numa plena conjuntura política a viabilidade de espalhar o poder “ Trad” em três partidos coligados, caso lance sua candidatura pelo Rede Sustentabilidade.
Autorização
Na última terça-feira (22), o Tribunal Superior Eleitoral deferiu o registro do partido Rede Sustentabilidade, liderado pela ex-senadora Marina Silva. A sigla é a 34º legenda a integrar oficialmente o sistema político brasileiro. Em função disso, hoje a noite (23), o diretório regional do partido irá se reunir para definir as metas para as eleições municipais do ano que vem, e escolher nomes para lançar candidatura.