26 de dezembro de 2024
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INVESTIGAÇÃO DA PC

Marquinhos Trad pede o afastamento da delegada da Deam

Há 34 provas de que a delegada coagiu, liberou documentos sigilosos a adversários políticos e um vídeo, diz mandado de segurança

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Marquinhos Trad (PSD) pede o afastamento da delegada Maíra Pacheco Machado, da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), que comanda o inquérito em que Trad é acusado de assédio sexual. A reportagem é do Campo Grande News.  

Conforme a defesa do candidato, a delegada pratica atos ilegais e abuso de poder, diz num mandado de segurança impetrado na 3ª Vara Criminal de Campo Grande.

Trad nega que tenha cometido crime sexual e alega se tratar de armação política.

A delegada teria ameaçado uma suposta vítima a comparecer para depor em desfavor de Trad — a alegada vítima mora no exterior — ainda assim, Maíra teria enviado uma intimação à mulher dizendo que sua ausência implicaria em crime de desobediência e condução coercitiva.

Essa mesma mulher teria antes disso sido procurada por um jornalista, que questionava se ela havia sido vítima de assédio cometido pelo ex-prefeito, mas a mulher negou que tenha sido vítima.   

Uma candidata a deputada federal teria também procurado essa mesma mulher. A candidata ofereceu pagar a locomoção da alegada vítima de Dubai até Campo Grande, caso a alegada vítima quisesse depor em desfavor de Trad. 

A defesa de Trad diz que isso indica que a delegada Maíra disponibilizou a cópia da intimação para a candidata saber o endereço da alegada vítima.  

Ao todos, foram anexados ao mandado de segurança 34 provas, como um vídeo da mulher do exterior relatando que foi procurada para apresentar falsa denúncia contra Marquinhos Trad.

Há ainda a alegação de que uma 2ª mulher procurada pela delegada que 'negou' ter sido vítima, ainda assim, foi intimada por mandado. No mesmo modus, uma 3ª mulher teria alegado que foi coagida a comparecer à delegacia da mulher, sob pena de condução coercitiva e crime de desobediência. 

Essa terceira vítima teria dito à "escrivã" que não acreditava no que estava sendo divulgado em desfavor de Trad. Diante da resposta, foi informada que não seria ouvida e seria lavrada apenas uma certidão de que compareceu à Delegacia Especializada.

Para reforçar o pedido de afastamento, as advogadas Rejane Alves de Arruda e Andréa Flores relatam vazamento proposital de informações constantes em inquérito policial instaurado e resguardado por segredo de Justiça.

A defesa destaca inconsistências nas datas de depoimentos, coletiva de imprensa em que a delegada anunciou disque-denúncia para as vítimas, repasse de dados sobre o total de suspeitas e operação na prefeitura de Campo Grande, realizada em 9 de agosto, com a imprensa de prontidão.

“Em face das ilegalidades retratadas e do abuso de poder constatado, a alternativa que resta, para ver garantido o direito de ser investigado por autoridade que se submeta, à risca, aos princípios da legalidade e da impessoalidade. Caso continue na presidência do Inquérito nº 3007/2022, a autoridade impetrada continuará a agir ao arrepio dos princípios da legalidade e impessoalidade, havendo risco de a medida definitiva ora pleiteada se tornar ineficaz, se não deferida de pronto”, sustentam as advogadas de Trad.  

A delegada Maíra Pacheco Machado informou que não tem conhecimento do pedido. "Comecei a ser bombardeada logo pela manhã e não tenho conhecimento, fiquei sabendo pela própria imprensa e não fui notificada. Nem eu, nem a Polícia Civil recebemos esse pedido", declarou.