18 de dezembro de 2024
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DATAFOLHA

Lula finaliza segundo ano de governo com 34% de aprovação

Foram ouvidos 2002 eleitores em 113 cidades brasileiras

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O governo do presidente Lula (PT) termina o segundo ano de seu terceiro mandato com aprovação e reprovação equilibradas. Segundo pesquisa Datafolha realizada nos dias 12 e 13 de dezembro, 35% avaliam a gestão como ótima ou boa, enquanto 34% a consideram ruim ou péssima. Outros 29% classificam o governo como regular.

A pesquisa Datafolha ouviu 2.002 eleitores em 113 cidades do país.

Os números indicam estabilidade em relação ao levantamento anterior, de outubro. A oscilação ocorreu dentro da margem de erro de dois pontos percentuais: a aprovação caiu um ponto, e a reprovação subiu dois.

Apesar disso, o governo Lula retorna ao patamar de seu pior momento neste mandato. Há um ano, a aprovação superava a reprovação por oito pontos.

A comparação com outros presidentes no mesmo período de mandato mostra que Lula enfrenta desafios. Jair Bolsonaro (PL), em situação semelhante, registrava 37% de aprovação e 32% de reprovação. Já em relação ao próprio histórico, Lula está atrás. No segundo ano de seu primeiro mandato, tinha 45% de aprovação e apenas 13% de reprovação.

Dilma Rousseff (PT) obteve ainda melhores índices no mesmo período, com 63% de aprovação e 7% de reprovação. No entanto, sua trajetória terminou com o impeachment em 2016, dois anos após a reeleição.

Lula enfrenta o desgaste natural de ser o primeiro presidente brasileiro a ocupar a Presidência por três mandatos. A polarização, intensificada desde sua vitória apertada contra Bolsonaro em 2022, também contribui para o cenário atual.

Recentemente, o presidente passou por uma cirurgia para drenar um coágulo no cérebro. Apesar disso, o episódio não alterou significativamente sua avaliação.

Na economia, o clima foi marcado por tensões. O pacote de corte de gastos anunciado pelo ministro Fernando Haddad gerou reações negativas, assim como as mudanças no Imposto de Renda. Entre os que dizem estar bem informados sobre o pacote, 46% aprovam Lula, e 40% desaprovam.

A proposta de isentar quem ganha até R$ 5.000 continua dividindo opiniões. Enquanto isso, a taxação de quem recebe mais de R$ 50 mil encontra maior apoio entre os que aprovam o governo (39% a 29%).

O perfil dos apoiadores de Lula permanece constante. Ele é mais bem avaliado entre os mais pobres (44%), pessoas com mais de 60 anos (46%), menos escolarizados (53%) e nordestinos (49%). Por outro lado, a reprovação predomina na classe média que recebe entre 2 e 5 salários mínimos (42%), entre evangélicos (43%), quem tem curso superior (45%) e os mais ricos (49%).

As expectativas para o restante do mandato também mostram sinais de alerta. Apenas 38% acreditam que Lula terá um desempenho ótimo ou bom, enquanto 34% esperam algo ruim ou péssimo. O índice de otimismo é o menor desde o início do governo, quando 50% tinham uma visão positiva.

No quesito retrospectivo, 58% avaliam que Lula fez menos do que poderia, enquanto 24% consideram que entregou o esperado.

A saúde segue como a principal preocupação dos brasileiros, apontada por 21% dos entrevistados. Em seguida vêm segurança pública (12%) e economia (9%). Educação e desemprego aparecem empatados com 8%, enquanto fome e miséria têm 7%.

Esses dados refletem tendências históricas, mas há diferenças marcantes. Durante o auge da pandemia, por exemplo, a saúde foi mencionada por 30% no governo Bolsonaro. Já no período de Dilma, a corrupção liderava a lista, com 37% das citações.