O líder do PMDB na Câmara, deputado Leonardo Picciani (RJ), confirmou nesta segunda-feira a indicação do deputado Hugo Motta (PMDB-PB) para ocupar a Presidência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, que deverá ser instalada na quinta-feira (26). Picciani descartou a possibilidade de outro deputado disputar o cargo. “Será tudo por acordo, como é a prática na Casa”, garantiu.
Picciani disse ainda que Motta deve conduzir com “vigor” as investigações sobre a corrupção nos contratos da petroleira, alvo da Operação Lava Jato. “Hugo Motta presidiu em 2014, com muita altivez e muita competência, a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, o que o credencia para conduzir com muito vigor as investigações sobre os escândalos da Petrobras”, declarou.
Como líder do maior bloco partidário em atividade na Casa (209 deputados), cabe ao PMDB indicar o nome de 11 integrantes da CPI, entre os quais o do presidente ou do relator. Já que o PMDB preferiu indicar o presidente do colegiado, caberá ao segundo maior bloco da Casa (144 deputados), liderado pelo PT, indicar o relator da CPI. São cotados os nomes dos petistas Marco Maia (RS), Paulo Teixeira (SP) e Vicente Cândido (SP).
Decisão
A escolha de Hugo Motta para presidir os trabalhos da comissão que vai investigar irregularidades na Petrobras entre os anos de 2005 e 2015 surgiu após o deputado Lucio Vieira Lima (PMDB-BA) ter recusado a indicação de seu nome para o cargo. O partido chegou a noticiar que o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) teria pedido ao líder para presidir a CPI, mas, diante da decisão de Picciani de indicar Hugo Motta, Perondi decidiu acolher a escolha.
O ato de criação da CPI da Petrobras na Câmara foi lido no início do mês pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha, e estabelece que o colegiado terá 27 membros titulares e igual número de suplentes. Segundo Cunha, a composição da CPI obedece à formação de blocos partidários e não à composição dos partidos isolados.
Pela distribuição proporcional de cargos, o bloco PT, PSD, PR e Pros terá direito a oito vagas na CPI. Terão também assentos no colegiado o bloco de oposição, liderado pelo PSDB, que ficará com seis vagas; além de PDT e Psol, que terão uma vaga cada.
O requerimento de criação da CPI foi protocolado pela oposição com 182 assinaturas (o número mínimo é 171).