"Inelegível até 2027, Delcídio Amaral finge que pode ser candidato", é o título da reportagem do MS Notícias, que em primeira mão afirmou que Delcídio Amaral era inelegível para concorrer as eleições de 2022. O ex-senador vinha sustentando que a informação era "fake", entretanto, nesta segunda-feira (1.ago.22) a Justiça brasileira confirmou a inelegibilidade do agora bolsonarista.
- Antes de seguir a leitura, entenda aqui: Cassação de mandato, por unanimidade, tornou Delcídio inelegível
A decisão é da 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região que cassou, em sessão realizada na quinta-feira (28.jul.22), liminar que devolvia os direitos políticos ao ex-senador. Por dois votos a um, a corte manteve a decisão do Senado, que cassou o mandato de Delcídio em 2016. Agora presidente regional do PTB, Delcídio não pode mais afirmar que será candidato nas eleições deste ano.
Os desembargadores André Nabarrete e Marli Ferreira, votaram a favor do agravo de instrumento do Ministério Público Federal (MPF). O desembargador Marcelo Saraiva, relator, que havia concedido a liminar, votou a favor do bolsonarista.
Delcídio vinha sustentando que seria candidato à deputado federal nas eleições deste ano. Com a decisão, ele não poderá disputar nenhum cargo eletivo. Ele, porém, ainda pode recorrer da decisão. O prazo eleitoral para formalizar as candidaturas é 5 de agosto, desse modo, ainda recorra, o ex-senador sul-mato-grossense não consiguirá ser candidato oficialmente.
Ainda no dia que a decisão judicial foi publicada reafirmando sua inelegibilidade, Delício foi ao programa bolsonarista 'Panico', transmitido emissora de extrema direita Jovem Pan News. Veja, abaixo, Delcídio reafirmando ser "pré-candidato" por Mato Grosso do Sul:
PRISÃO DE JEFFERSON
Na entrevista ao Pânico, Delcídio cita o ex-presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson como "eterno presidente da sigla" e omite que o político bolsonarista está preso.
Em uma carta escrita do complexo penitenciário de Bangu, na Zona Oeste do Rio, o ex-deputado federal Roberto Jefferson criticou o presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) pelo que ele descreveu como "vício nas facilidades do dinheiro público". Ele disse na carta que ao se aproximar de figuras do Centrão, como Ciro Nogueira e Valdemar da Costa Neto, Bolsonaro cercou-se de "viciados" e, consequemente, se tornou um deles: "Quem anda com lobo, lobo vira, lobo é. Vide Flávio".
A Polícia Federal (PF) prendeu Roberto Jefferson na 6ª-feira (13.ago.21), acusando o aliado chave de Jair Bolsonaro, de ter montado uma rede terrorista digital para atacar as instituições democráticas.
A prisão preventiva foi determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e o pedido de prisão partiu da PF, que detectou a atuação de Jefferson em uma espécie de milícia digital que tem feito ataques aos ministros do Supremo e às instituições.
AGORA JEFFERSON É CANDIDATO
Jefferson, que cumpre prisão domiciliar, foi aprovado por aclamação na convenção do PTB nesta segunda-feira (1.ago.22) — acompanhada por participantes remotamente e realizada presencialmente num hotel em Brasília. O local tinha bonecos de papelão do político e frases exaltando o conservadorismo, como "Direita, graças a Deus!".
Na convenção realizada nesta segunda, o ex-senador Delcídio do Amaral, preso sob acusação de atrapalhar as investigações da operação Lava Jato e que acabou fazendo um acordo de delação premiada, também discursou. "Acho pertinente uma candidatura do ex-deputado Roberto Jefferson", disse. "Roberto Jefferson defendeu mais o presidente Bolsonaro do que os próprios ministros do presidente Bolsonaro."