Com um olho no peixe e outro no gato, o PMDB de Mato Grosso do Sul pensa um projeto para as próximas eleições com o que tem em mãos, mas não deixa de se preocupar com os rumos que a Justiça pode determinar para o partido. Nelsinho Trad (PMDB) não consegue se desvencilhar do mais emblemático caso de improbidade de sua gestão, o Caso GISA (Gerenciamento de Informações em Saúde).
A questão chega a ser preocupante, neste momento, em função das duas ações ajuizadas pelo MPF (Ministério Público Federal) contra o ex-prefeito Nelson Trad Filho; seu ex-secretário Municipal de Saúde Pública e atual deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM); mais 24 pessoas entre servidores públicos e empresários, além das empresas contratadas.
Caso seja condenado, Nelsinho Trad poderá ficar inelegível por 8 anos. Mesmo que recorra da decisão, adiando a condenação, está cada vez mais fragilizado politicamente em Mato Grosso do Sul, onde mesmo contando com o peso da máquina estadual coordenada por André Puccinelli e a história do partido, amargou o terceiro lugar na disputa pelo governo do Estado nas últimas eleições.
Nelsinho tem se afundado cada vez mais em buracos que ele mesmo cavou. André bem que tentou ajudar, a exemplo das diversas aparições do governador ao lado do então candidato ao governo Nelsinho Trad durante a disputa eleitoral em 2014, mas a figura de Nelsinho por si só não convenceu os eleitores.
Por ironia do destino, a ação do MPF contra Nelsinho e Mandetta e mais 24 pessoas, se torna um presente para os adversários do PMDB, que ainda possui nas entranhas a figura dos Trad. Fábio já saiu, Marquinhos está prestes a saltar do barco, e Nelsinho, ao que aprece é questão de tempo, até porque o PMDB, nos bastidores, tenta se desvencilhar ao máximo d afigura de Nelsinho Trad, mesmo com recentes tentativa de André de resgatar a imagem do ex-prefeito, quando o elencou para junto dele escolher candidato à prefeitura de Campo Grande para disputar as eleições 2016.
Pessoas do partido, no entanto, após a reunião havida esta semana, comentavam que Nelsinho não tem cacife para atrair lideranças do Estado, porque não as conhece. E lembram o fiasco de sua passagem pela Secretaria de Relações Institucionais Municipais, criada especialmente para que Nelsinho formasse uma sólida base para sua candidatura ao governo do Estado.
O ex-prefeito não conhecia presidentes das Câmaras Municipais, vice-prefeitos, e até prefeitos de vários municípios, além de não conseguir falar na mesma língua, e muitos peemedebistas temem pelo futuro do PMDB diante das atuais circunstâncias.