A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul vai cobrar da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) a antecipação do cronograma de investimentos na BR-163. A medida visa garantir que a MSVia, concessionária da rodovia, duplique o trecho entre Campo Grande, Nova Alvorada do Sul e Dourados nos próximos quatro anos.
Em pronunciamento na Expocanas 2025, realizada em Nova Alvorada do Sul, o presidente da Assembleia Legislativa, Gerson Claro, destacou o trabalho do parlamento estadual em busca de melhorias para a BR-163, principal via logística do estado. A rodovia, que conecta Mato Grosso do Sul ao Paraná, tem 845 km de extensão e, após 11 anos de concessão, teve apenas 174 km duplicados.
"Os deputados têm feito audiências públicas, estiveram no Tribunal de Contas da União e na ANTT. A Assembleia cobrou judicialmente o cronograma de investimentos da concessionária. O governador Eduardo Riedel e a bancada federal também estão empenhados para que, neste trecho, que registra um grande fluxo de caminhões e carros de passeio, a duplicação saia do papel e onde for necessário, haja abertura de terceira pista", afirmou Gerson Claro.
O presidente ainda ressaltou que a sociedade sul-mato-grossense não aceitará mais pagar pedágio sem obras que garantam fluidez e segurança no tráfego. "A repactuação da concessão foi a alternativa que melhor atendeu as necessidades do Estado, que tem atraído grandes investimentos privados. Isso permitiu que Mato Grosso do Sul alcançasse índices de crescimento acima da média. Abrir licitação para uma nova concessão poderia atrasar os investimentos na rodovia, o que, se não fosse feito, geraria um apagão logístico", completou.
Em relação aos investimentos no Estado, Gerson Claro também comemorou a implantação de novas unidades da Atvos em Mato Grosso do Sul. A empresa irá construir uma usina de biometano e uma de etanol de milho em Nova Alvorada do Sul, onde já possui a Usina Santa Luzia, à margem da BR-267. O projeto totaliza R$ 1,350 bilhão em investimentos.
Bruno Serapião, CEO da Atvos, informou que a unidade de biometano deverá entrar em operação até 2026, com capacidade instalada de 28 milhões de metros cúbicos de biometano por safra. "Temos de seis a oito meses de engenharia. Com a engenharia fechada, teremos 18 meses para implantação. Nossa previsão é que, no final de 2025 ou meados de 2026, a planta já estará emitindo biogás", explicou Serapião.
Durante a cerimônia, o governador Eduardo Riedel assinou uma autorização para que a Sefaz (Secretaria Estadual de Fazenda) defenda, junto ao Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária), a redução do ICMS sobre o biometano de 17% para 1,8%. Também está prevista a construção de uma segunda usina de etanol de milho em Costa Rica, onde a Atvos já possui uma usina de álcool.
"Após anos de estabilidade fiscal e institucional, Mato Grosso do Sul tem colhido os frutos desse trabalho, mantendo sua capacidade de investir em projetos sociais e obras de infraestrutura, além de garantir segurança jurídica que estimula os investimentos do setor privado", concluiu Gerson Claro.