05 de outubro de 2024
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CORRUPÇÃO | BELA VISTA (MS)

Escândalo político envolve prefeito e 'suborno' em Bela Vista (vídeo)

Emissário diz ter apoio de vereadores para frear investigação

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Vereadores de Bela Vista (MS) votam nesta 2ª.feira (29.mai.23), se abrem ou não uma investigação contra o prefeito Reinaldo Miranda Benites, o Reinaldo Piti (PSDB).

O tucano é suspeito de esquema corrupto para irrriquecimento ilicito, com aliança a empresários e funcionários públicos bela-vistentes.

Em 22 de maio, o advogado Marcos William fez um requerimento de abertura de investigação contra Pitti na Casa de Leis da cidade com base em 3 acusações do Ministério Público Estadual (MPE). Veja abaixo.  

Em vídeo compartilhado em sua rede social na tarde do domingo (28.mai.23), William revelou que foi procurado por um homem, que em nome da prefeitura o ofereceu “deizão” para solicitar retirar o requerimento da Câmara.

“Nós temos sete vereadores, você sabe. Essa é a oportunidade de você ganhar deizão”, propôs o suposto emissário do Executivo Municipal. “Te dou cinco e depois mais cinco”, completou o ofertante, se  referindo a quantia de R$ 10 mil.

Para desvencilhar Pitti da tentativa de suborno, o emissário justifica: “Eu sou o primeiro motorista dele, você sabe, meu concurso é de 2018”.

William, que parece conhecer o negociador, nega a oferta do suborno: “Deixa quieto!”.

Em sua rede social, Willian disse na legenda do vídeo: "É isso que acontece quando se faz o certo... tentam nos calar, acreditam que caráter não tem valor, mais tem preço $$$... e se você não sede à oferta, começa a intimação, promessas de que virão atrás de mim, de que vão buscar minha "capivara" (rabo preso), que o governo tem poder.... PODER tem o povo, que não pode se calar, que precisa cobrar da Câmara um posicionamento unânime e forte contra este tipo de atentado contra o Município de Bela Vista/MS. Sigo acreditando que fazer o certo ainda vale a pena (sic)", desabafou o advogado. Eis o vídeo: 

AS 3 ACUSAÇÕES 

Todas as ações são da classe judicial de Ação Civil de Improbidade Administrativa e correm na 1ª Vara de Bela Vista em segredo de justiça.  

A 1ª ação é de suspeita de Violação dos Princípios Administrativos (0900164-18.2023.8.12.0003). Na acuasação, o MPE aponta como réu o prefeito e os seguintes cúmplices: 

  • Luiz Roberto Cunha Vianna;
  • Cleriston Barbosa da Silva;
  • Valdinei Cristaldo Lobo;
  • Gilmar Arguelho Figueiredo;
  • Jane Mary Garcia Mattos Carvalho;
  • Josemar Arguelho Figueredo.

Essa causa judicial tem custas totais de R$ 784.215,28.

Pitti também é alvo de uma ação de Enriquecimento sem Causa (0900160-78.2023.8.12.0003), no MPE. O julgo sob a responsabilidade da juíza Jeane de Souza Barboza Ximenes. Além do prefeito, são suspeitos nesse processo:  

  • Josemar Arguelho Figueredo;
  • Marcos Roberto Monteiro;
  • Almir Pinho da Silva Junior;
  • Rodrigo Leandro de Lima;
  • Gilmar Arguelho Figueiredo.

Essa causa judicial tem custas totais de R$ 260.000,00.

O prefeito também é alvo de processo por Enriquecimento ilícito (0900151-19.2023.8.12.0003), em ação do MPE. O julgo sob a responsabilidade da juíza Jeane de Souza Barboza Ximenes. Além do prefeito, são suspeitos nesse processo:  

  • Cleriston Barbosa da Silva;
  • Gilmar Arguelho Figueiredo;
  • Josemar Arguelho Figueredo;
  • Ângela Venturini Baggio.

Essa causa judicial tem custas totais de R$ 851.433,72.

ALVO DO GAECO 

Pitti e seus aliados já foram alvos de buscas realizadas pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), no âmbito da Operação Linha Marcada I e II. Eis a íntegra.  

Segundo os investigadores, o Prefeito e seus cúmplices montaram esquema de licitações e desvio de verba pública entre os anos de 2018 e 2019. Durante buscas no Gabinete e casa do prefeito em 2019, o Gaeco apreendeu dinheiro (R$ 4,3 mil) e a esposa do tucano foi conduzida para a Delegacia de Polícia do município por posse ilegal de arma de fogo. 

A Operação Linha Marcada I foi deflagrada em abril de 2018 e abrangeu as cidades de Bela Vista e Caracol, tendo realizado o cumprimento de 08 prisões e 19 mandados de busca e apreensão. Naquela época foram colhidos elementos que indicavam a participação do prefeito bela-vistense.