14 de novembro de 2024
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Editorial

Em meio à crise financeira, política e pessoal, renúncia surge como salvação de Olarte

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As informações que circulam no Paço Municipal entre colaboradores e até aliados do Prefeito Gilmar Olarte é que ele cogita renunciar ao mandato diante da crise em que se colocou. Crise que poderia ter superado pois durante um bom tempo contou com apoio majoritário do Legislativo Municipal, da classe empresarial, dos servidores e da população em geral, que foram pacientes, mas, ao contrário, a situação do Prefeito tem piorado a cada dia.

Em meio a uma crise de gestão, falta de recursos para novos investimentos em saúde, educação, Olarte resolveu cortar gastos e errou o alvo. Ao invés de exonerar os 1045 comissionados que nomeou em menos de um ano de administração, Olarte cortou gratificações, previstas em leis, de professores, médicos, recreadores, funcionários administrativos de escolas municipais e Ceinfs (Centro de Educação Infantil). Campo Grande só não estagnou-se por completo graças a um esforço conjunto de governo estadual e também da bancada federal para destravar recursos que estavam suspensos em Brasília ou impedidos de serem usados junto à Caixa Econômica Federal, por exemplo, que depois foram liberados. De resto, a saúde piorou, a educação piorou, e a transparência de gastos nunca existiu. 

Agora junte a tudo isso, uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que vai investigar as contas do município entre 2011 e 2015 e pode deflagar um dos maiores escândalos de má gestão de dinheiro público ou até de corrupção de Mato Grosso do Sul, quais as consequências podem haver para Olarte? Isso, por hora, fica a cargo da especulação claro, mas a CPI deverá mostrar o que de fato aconteceu.

Porém, mais grave e aterrorizante que uma CPI, para Olarte, pode ser o inquérito n° 02/2014 do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), conduzido pelo Promotor de Justiça Marcos Alex Vera. O inquérito foi concluído, Olarte foi denunciado pelo MPE (Ministério Público Estadual) por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O caso tomou tamanha repercussão que ontem uma equipe do Fantástico, programa da Rede Globo, esteve na Cidade de Morena para entrevistar o Prefeito e, talvez, o Promotor de Justiça do Gaeco.

O teor do programa apenas domingo será possível saber, porém, graças a um amigo do Prefeito que postou em sua rede social Facebook uma mensagem confirmando a entrevista é possível imaginar a pauta. Segundo o amigo do prefeito, "...foi uma bela entrevista, na qual ele poderá por fim a tão levianas informações a respeito de um caso que cheira a humor grego." Outra declaração: "...O prefeito estava acompanhado ... do seu advogado particular Jail Azambuja. Foi uma bela oportunidade para que ele pudesse esclarecer em rede nacional alguns fatos que levianamente, foram veiculados."

A renúncia teria então, supostamente, surgido para Olarte como saída mais adequada, mas, quem conquistou uma Prefeitura "no braço" como dizem por aí, certamente não irá abrir mão do trono assim tão facilmente, e as conversas das rodas políticas é que Olarte, supostamente, tenta negociar a renúncia em troca do silêncio da justiça sobre a denúncia do Gaeco. Só resta saber que justiça seria essa tão imprudente a aceitar tal proposta.

Outra suposta exigência do Prefeito seria a garantia de que sua esposa, a primeira dama Andréia Olarte, possa, eventualmente, ser candidata à vereadora da Capital nas eleições 2016. Andréia já tem trabalhado para isso, conseguiu assumir, mesmo que indiretamente, o Instituto Mirim, que certamente para uma aspirante a candidata é uma excelente vitrine. Por hora não há nada confirmado, mas os rumores estão circulando a toda velocidade na Capital.