Diego Eduardo de Assis Medina, de 33 anos, bolsonarista de Dourados (MS), foi condenado a 17 anos de prisão e multa de R$ 30 milhões por invasão e danos na sede dos Três Poderes em Brasília (DF) em 8 janeiro de 2023.
A sentença do relatório do ministro Alexandre de Moraes foi aprovada por de 7 a 3 no Supremo Tribunal Federal (STF).
Diego foi sentenciado pelos crimes de abolição do Estado Democrático de Direito, golpe de estado, dano qualificado, deterioração do patrimônio tombado e associação criminosa.
O douradense gravou vídeos celebrando os ataques golpistas e apelando por golpe de estado contra o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.
O Ministério Público Federal conseguiu incluir no Ação Penal 1.062 várias imagens de Medina festejando a depredação dos poderes em Brasília.
“Nesse contexto de presença da materialidade de crimes multitudinários, a co-autoria de Diego Eduardo de Assis Medina vem comprovada integralmente pela prova dos autos. O réu Diego Eduardo de Assis Medina foi preso dentro do Congresso Nacional”, apontou Moraes no relatório final de 95 páginas.
O relatório do ministro foi aprovado na íntegra pelos ministros Cármen Lúcia, Gilmar Mendes, Luiz Fux e Dias Toffoli e com ressalvas por Edson Fachin e Cristiano Zanin.
Indicados por Bolsonaro, os ministros Nunes Marques e André Mendonça, divergiram do relator. O primeiro votou pela condenação a três anos no regime aberto, enquanto o segundo a quatro anos.
Já o presidente da corte, ministro Luís Roberto Barroso, só excluiu o crime de abolição do estado democrático de direito.
“Em seu interrogatório perante a autoridade policial, o réu informou que: todos os manifestantes vieram preparados para o gás de pimenta, inclusive estava utilizando óculos de natação; que o motivo da manifestação e da invasão aos prédios foi a fraude nas eleições, principalmente para o Presidente da República; que não concorda com a quebradeira, porém estava aqui dentro da Câmara dos Deputados no momento da invasão”, observou Moraes.
“Em vídeos produzidos pelo próprio réu, verifica-se que estava na Praça dos Cristais, em frente ao QGEx, exaltando o comparecimento de manifestantes que vieram à Brasília no dia 8/1/2023”, pontuou.
“Dentro do Congresso, realizou autogravação informando que o prédio estava ‘tomado’ e que teriam quebrado as vidraças para facilitar aos demais manifestantes a disponibilização de água para minimizar os efeitos de gás”, ressaltou Medina se autoincriminando pela tentativa de golpe de Estado.
“Além de documentar a depredação do Palácio do Congresso, afirmou que os manifestantes haviam vencido a ‘guerra’, conseguindo invadir os prédios”, ressaltou o relator. “O robusto conjunto probatório trazido aos autos assegura que Diego Eduardo de Assis Medina incorreu nas figuras típicas a ele imputadas na denúncia”, concluiu.
Diego é natural de Campo Grande (MS), mas morava em Dourados (MS). Pedreiro iteriorano, ele utilizava sua rede socila exclusivamente para ataques à partidos de esquerda e apelo ao golpe militar. Na maioria de sua publicações fazia referência a uma passagem sua pelo exército brasileiro. Algumas das publicações dele também tinham tons homofóbicos e miravam humilhar determinados grupos.
OUTROS PRESOS DE MS
Também de Mato Grosso do Sul, estão presos pelos atos golpistas aguardando julgamento: Djalma Salvino dos Reis, de 45 anos e Fabio Jatchuk Bullmann, de 41 anos.
Djalma é motorista e morador de Itaporã, sendo ferrenho apoiador do inelegível Jair Bolsonaro (PL). O preso inclusive participou de atos antidemocráticos em Dourados, pedindo intervenção federal e questionando o resultado das urnas que sagrou Lula como presidente.
Fabio é técnico em instalação e manutenção de ar-condicionado e morador de Campo Grande, sendo um radical de extrema direita pró-Bolsonaro e pelas redes sociais coloca em xeque a integridade das urnas eletrônicas, pedindo contagem pública de votos.
ESCAPARAM?
A reportagem do MS Notícias, identificou alguns radicais de MS que estiveram em Brasília no 8 de janeiro que, no entanto, não constaram como presos. É o caso do ex-candidato a prefeito e fotógrafo de Maracaju, Reginaldo Pereira Ferreira, de 48 anos. Mostramos AQUI vídeos dele em meio ao radicais no momento do ataque.
Também estava no ato, a radical bolsonarista, Andrea Barth, que acabou entregando diversos comparsas de MS ao fazer um vídeo para sua rede social TikTok. Publicamos esse caso AQUI.