22 de dezembro de 2024
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8 DE JANEIRO

Douradense golpista é condenado a 17 anos de prisão e multa de R$ 30 milhões

O relatório do ministro Alexandre de Moraes foi aprovada por de 7 a 3

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Diego Eduardo de Assis Medina, de 33 anos, bolsonarista de Dourados (MS), foi condenado a 17 anos de prisão e multa de R$ 30 milhões por invasão e danos na sede dos Três Poderes em Brasília (DF) em 8 janeiro de 2023.

A sentença do relatório do ministro Alexandre de Moraes foi aprovada por de 7 a 3 no Supremo Tribunal Federal (STF). 

Diego foi sentenciado pelos crimes de abolição do Estado Democrático de Direito, golpe de estado, dano qualificado, deterioração do patrimônio tombado e associação criminosa. 

O douradense gravou vídeos celebrando os ataques golpistas e apelando por golpe de estado contra o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. 

O Ministério Público Federal conseguiu incluir no Ação Penal 1.062 várias imagens de Medina festejando a depredação dos poderes em Brasília.

“Nesse contexto de presença da materialidade de crimes multitudinários, a co-autoria de Diego Eduardo de Assis Medina vem comprovada integralmente pela prova dos autos. O réu Diego Eduardo de Assis Medina foi preso dentro do Congresso Nacional”, apontou Moraes no relatório final de 95 páginas.

O relatório do ministro foi aprovado na íntegra pelos ministros Cármen Lúcia, Gilmar Mendes, Luiz Fux e Dias Toffoli e com ressalvas por Edson Fachin e Cristiano Zanin.

Indicados por Bolsonaro, os ministros Nunes Marques e André Mendonça, divergiram do relator. O primeiro votou pela condenação a três anos no regime aberto, enquanto o segundo a quatro anos.

Já o presidente da corte, ministro Luís Roberto Barroso, só excluiu o crime de abolição do estado democrático de direito.

“Em seu interrogatório perante a autoridade policial, o réu informou que: todos os manifestantes vieram preparados para o gás de pimenta, inclusive estava utilizando óculos de natação; que o motivo da manifestação e da invasão aos prédios foi a fraude nas eleições, principalmente para o Presidente da República; que não concorda com a quebradeira, porém estava aqui dentro da Câmara dos Deputados no momento da invasão”, observou Moraes.

“Em vídeos produzidos pelo próprio réu, verifica-se que estava na Praça dos Cristais, em frente ao QGEx, exaltando o comparecimento de manifestantes que vieram à Brasília no dia 8/1/2023”, pontuou.

“Dentro do Congresso, realizou autogravação informando que o prédio estava ‘tomado’ e que teriam quebrado as vidraças para facilitar aos demais manifestantes a disponibilização de água para minimizar os efeitos de gás”, ressaltou Medina se autoincriminando pela tentativa de golpe de Estado.

“Além de documentar a depredação do Palácio do Congresso, afirmou que os manifestantes haviam vencido a ‘guerra’, conseguindo invadir os prédios”, ressaltou o relator. “O robusto conjunto probatório trazido aos autos assegura que Diego Eduardo de Assis Medina incorreu nas figuras típicas a ele imputadas na denúncia”, concluiu.

Diego é natural de Campo Grande (MS), mas morava em Dourados (MS). Pedreiro iteriorano, ele utilizava sua rede socila exclusivamente para ataques à partidos de esquerda e apelo ao golpe militar. Na maioria de sua publicações fazia referência a uma passagem sua pelo exército brasileiro. Algumas das publicações dele também tinham tons homofóbicos e miravam humilhar determinados grupos.  

OUTROS PRESOS DE MS 

Três bolsonaristas de MS estão presos por depredação em BrasíliaTrês bolsonaristas de MS presos por depredação em Brasília.

Também de Mato Grosso do Sul, estão presos pelos atos golpistas aguardando julgamento: Djalma Salvino dos Reis, de 45 anos e Fabio Jatchuk Bullmann, de 41 anos.

Djalma é motorista e morador de Itaporã, sendo ferrenho apoiador do inelegível Jair Bolsonaro (PL). O preso inclusive participou de atos antidemocráticos em Dourados, pedindo intervenção federal e questionando o resultado das urnas que sagrou Lula como presidente.

Fabio é técnico em instalação e manutenção de ar-condicionado e morador de Campo Grande, sendo um radical de extrema direita pró-Bolsonaro e pelas redes sociais coloca em xeque a integridade das urnas eletrônicas, pedindo contagem pública de votos.

ESCAPARAM?

Reginaldo Fotógrafo é um dos golpistas que estiveram no ataque terrorista no DF. Foto: RedesReginaldo Fotógrafo é um dos golpistas que estiveram no ataque terrorista no DF. Foto: Redes

A reportagem do MS Notícias, identificou alguns radicais de MS que estiveram em Brasília no 8 de janeiro que, no entanto, não constaram como presos. É o caso do ex-candidato a prefeito e fotógrafo de Maracaju, Reginaldo Pereira Ferreira, de 48 anos. Mostramos AQUI vídeos dele em meio ao radicais no momento do ataque.  

Sul-mato-grossenses que participaram dos atos terroristas em Brasília  Foto: Redes sociaisSul-mato-grossenses que participaram dos atos terroristas em Brasília — Foto: Redes sociais

Também estava no ato, a radical bolsonaristaAndrea Barth, que acabou entregando diversos comparsas de MS ao fazer um vídeo para sua rede social TikTok. Publicamos esse caso AQUI