O prefeito de Campo Grande Gilmar Olarte enviou hoje uma proposta aos representantes do movimento "S.O.S Cultura", que foi criticada até mesmo por vereadores da base aliada.
Dos R$ 4 milhões que deve aos artistas da Capital por conta do não pagamento de cachês atrasados desde 2013 e por conta da não liberação dos recursos dos editais do Fmic e Fomteatro, Olarte quer pagar apenas R$ 700 mil parcelado em três vezes, e o restante, o prefeito vai deixar a cargo da justiça.
A proposta foi repassada por André Scaff, secretário de finanças, aos vereadores Vanderlei Cabeludo (PMDB) e Eduardo Romero (PT do B), ambos da base de Olarte. Cabeludo criticou o prefeito por ter feito proposta "indecente". "Se o prefeito não tem condições de pagar os R$ 4 milhões que deve, ele que pegue as coisas dele e vá embora", disse.
Para o músico e compositor Jerry Espíndola, um dos coordenadores do movimento, a proposta não deve ser aceita pelos artistas, que entendem que falta a Olarte vontade política. "Isso é falta de vontade política, no último ano do Nelsinho, não havia previsão no orçamento, que já estava fechado, mas ele ainda sim ele liberou R$ 1,2 milhões para cultura. Pior, isso é falta de vontade de dialogar, por isso estamos aqui para debater com a Câmara porque com Olarte não há mais diálogo", diz Jerry.
Diante do impasse, o líder do prefeito na Câmara, vereador Edil Albuquerque (PMDB), convocou uma reunião entre ele, o presidente da Casa, Mário César (PMDB), os membros da Comissão de Cultura e os representantes do movimento "S.O.S Cultura" para discutir uma alternativa. A reunião deve começar nos próximos minutos na sala da reuniões da Casa de Leis. A ideia, segundo Edil, é chegar a um encaminhamento para discutir em seguida com prefeito e com titular da Fundac (Fundação Municipal de Cultura) Juliana Zorzo.
Fazem parte da Comissão de Culturas os vereadores: Luiza Ribeiro (PPS), presidente, Vanderlei cabeludo (PMDB), Chocolate (PP), Chiquinho Telles (PSD) e Eduardo Romero (PT do B).