A prefeita conquistou a reeleição em uma das disputas mais difíceis da Capital e consolidou a marca de liderança diferenciada.
O que parecia quase impossível nas eleições para a Prefeitura de Campo Grande em 2024 foi superar, no 2º turno, dois dos seis concorrentes: a ex-superintendente da Sudeco, ex-vice-governadora e ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil), e o deputado federal Beto Pereira (PSDB), ex-prefeito de Terenos em duas gestões.
Na reta final do 1º turno, Rose e Beto lideravam a maioria das pesquisas, com a prefeita Adriane Lopes (PP) em 3º lugar. Esse cenário tinha uma lógica, já que Rose e Beto entraram na disputa com currículos de vitoriosas experiências eleitorais e políticas. Rose chefiava um dos órgãos regionais mais representativos do governo Lula (PT), enquanto Beto se destacava com protagonismos nas urnas para chegar ao Executivo Municipal, além de sua experiência no Legislativo estadual e federal.
PARA O 2º TURNO
Quando as urnas do 1º turno foram abertas, o que parecia quase impossível perdeu o sentido. Adriane tirou Beto do páreo e avançou para o tira-teima final contra Rose, que foi a mais votada nessa etapa. O 2º turno trouxe uma nova leitura sobre a campanha, mostrando que a prefeita tinha muito mais inserção e capilaridade do que se imaginava.
Sua candidatura cresceu, construiu diálogos com diferentes segmentos e reforçou propostas arrojadas, contando com apoio de aliados e auxiliares, como o secretário de Infraestrutura, Marcelo Miglioli, e a senadora Tereza Cristina (PP). Com isso, a disputa pela prefeitura ficou mais equilibrada, mas uma vitória de Adriane parecia ser uma consequência natural do trabalho realizado.
Adriane foi reeleita com 222.699 votos (51,4%), contra 210.112 de Rose. O resultado foi fruto de uma construção paciente, bem articulada, democrática e eficaz. Até na escolha da vice, a dentista e ex-diretora do Instituto de Previdência (IMPCG), Camila Nascimento de Oliveira, Adriane foi estratégica, escolhendo não por gênero, mas pela capacidade de fortalecer sua base de apoio.
Dessa forma, Adriane marcou sua segunda vitória histórica. Em 2016, ao ser eleita vice-prefeita na chapa de Marquinhos Trad, ela se tornou a primeira mulher a integrar a cúpula majoritária na administração de Campo Grande. Em 2022, com a renúncia de Marquinhos, assumiu a prefeitura. Agora, no dia 1º de janeiro de 2025, foi oficialmente eleita a primeira mulher a ocupar a prefeitura diretamente na história de Campo Grande.
NOME CONSOLIDADO
A partir de 1º de janeiro, Adriane Lopes se consolidou como uma das principais líderes políticas de Mato Grosso do Sul. Seu nome e sua influência se destacaram em decisões políticas que reverberam também em níveis nacional e internacional.
Adriane Lopes, 48 anos, natural de Grandes Rios (PR), casada com o deputado estadual Lídio Lopes e mãe de Matheus e Bruno, é cristã (evangélica) e formada em Direito e Teologia. Além de governar a cidade, ocupa outras funções de destaque, como a presidência do Comitê Gestor dos Municípios da Rota Bioceânica, cargo que coordena o corredor que liga o Brasil ao Paraguai, Argentina, Peru e Chile. É também vice-presidente da Comissão de Desenvolvimento Social da Frente Nacional de Prefeitos e presidiu o Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável da Região Central de Mato Grosso do Sul.
Ao tomar posse, em solenidade no Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camillo, a prefeita reiterou seus compromissos de campanha. Entre as medidas anunciadas, destacou a conclusão das obras paralisadas quando assumiu e o início da reforma de todos os terminais públicos de transporte coletivo. “Queremos realizar obras de pavimentação e drenagem, dando um ponto final em todas as obras paradas, uma proposta que fizemos na campanha”, frisou. Ela também confirmou a conclusão do Centro de Belas Artes (a antiga rodoviária, que aguarda uma solução há 33 anos).
PRIORIDADES
Além de obras estruturantes, Adriane afirmou que seu plano de investimentos abrange reformas, ampliações e modernizações nas áreas de saúde, educação, infraestrutura urbana e acessibilidade. Ela também destacou a importância das parcerias com a Câmara de Vereadores, independentemente de ideologia, e com o governo estadual de Eduardo Riedel, além das bancadas estadual e federal.
Entre os agradecimentos feitos pela prefeita, o primeiro foi para o povo de Campo Grande, a quem reafirmou o desejo de uma gestão compartilhada. Adriane enfatizou também o papel fundamental de sua equipe de trabalho, especialmente a senadora Tereza Cristina, sua “madrinha” de filiação partidária e uma das principais responsáveis pela sua eleição, e Marcelo Miglioli, considerado o “cabeça” da campanha.