A operação da Polícia Federal que prendeu quatro suspeitos de planejar um golpe de Estado, incluindo o assassinato do presidente Lula (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes, repercutiu na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) nesta 3ª feira (19.nov.24). Deputados estaduais de diferentes posições políticas discursaram em defesa da democracia, destacando a gravidade do caso.
A deputada Gleice Jane (PT) abriu os debates ao criticar o plano supostamente arquitetado pela extrema direita. “O que acontece no Brasil hoje é muito sério, muito grave. Temos que tomar muito cuidado, porque a democracia só não foi destruída, porque a extrema direita é também muito incompetente, mas isso não quer dizer que não devemos ter uma atenção especial”, afirmou.
Ela destacou a importância da democracia como base para avanços sociais. “Se estamos essa semana discutindo a Consciência Negra é porque temos a democracia. É por ela que temos escola pública, que temos SUS, que atende toda a população. É pela democracia que debatemos o fim do machismo e uma sociedade justa e igualitária para todos. A liberdade é importante, a gente precisa combater essa possibilidade da antidemocracia”, acrescentou Gleice.
O deputado Zeca do PT (PT) enfatizou a necessidade de responsabilizar os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro e outros atos antidemocráticos. “Vejo a importância do seu pronunciamento pelo momento político. As máscaras estão caindo. É impossível dizer que o [ex-presidente] Bolsonaro não sabia, com as delações mostrando o envolvimento dele e de todo mundo. Por isso a não anistia e Bolsonaro na cadeia”, criticou.
Pedro Kemp (PT) reforçou a gravidade das denúncias e pediu investigações mais profundas contra os responsáveis pelo planejamento de um golpe. “Diante desses casos que estão acontecendo, o chefe ainda não foi tornado réu dos crimes de tentativa de golpe de Estado. Agora todo dia aparece uma denúncia dando conta que as coisas estavam sendo articuladas ali, para impedir a posse de Lula e hoje vem que queriam assassinato. Não é pouca coisa. Precisamos colocar um fim nessa história, prendendo e condenando quem articulou e provocou isso no Brasil. A ideia de anistia tem que ser liquidada, porque o ataque às instituições é muito grave. Hoje qualquer bolsonarista se acha no direito de jogar uma bomba e isso tem que ser combatido”.
Por outro lado, o deputado João Henrique Catan (PL) defendeu que não se deve vincular as ações criminosas ao ex-presidente Bolsonaro e criticou o sistema eleitoral. “Além disso, sabem que Bolsonaro volta e cada vez mais fortalecido. Quem era o mandante do crime da facada que de fato aconteceu? O sistema eleitoral não agrada muitas pessoas até hoje, sem a impressão dos votos. Muitos não confiam. O quão ruim é explicar que não se pode aprimorar o voto. Falam em golpe, mas esquecem que o Supremo Tribunal Federal soltou pessoas como Elias Maluco, esquecem quantos ele matou. Traficantes ou o André do Rap que tem mais de três dias que sumiu. Nós somos cobrados pelo povo. Quantas pessoas o mensalão matou? Estarei aqui na ALEMS fazendo o que posso para que a direita seja fortalecida”, pontuou.