21 de dezembro de 2024
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OPERAÇÃO TEMPUS VERITATIS

Coronel do Exército é preso nos EUA acusado de golpismo pró-Bolsonaro

Antes de embarcar na aventura golpista, Bernardo Romão Corrêa Neto esteve comandante do 10º Regimento de Cavalaria Mecanizada Antônio João 10º RC Mec - em Bela Vista (MS)

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O coronel do Exército BrasileiroBernardo Romão Corrêa Neto, foi preso nesta 5ª feira (8.fev.24) nos Estados Unidos. Ele é um dos alvos da Operação Tempus Veritatis da Polícia Federal (PF), que mira uma milícia que planejou golpe de estado no Brasil para manter Jair Bolsonaro (PL) como presidente, logo após a derrota do mandatário nas eleições de 2022. A intenção do grupo era mobilizar radicais à frente dos quartéis, para criar condições para um golpe de estado, que impedisse o presidente eleito, Lula (PT), de tomar posse e governar. 

Romão Corrêa Neto foi enviado aos EUA por medida assinada por Bolsonaro em 30 de dezembro de 2022 — com todas as despesas cobertas pelo Comando do Exército Brasileiro — para ficar em Washington D.C., até junho de 2025. No entanto, será trazido ao Brasil agora como preso por integrar o time de fardados golpistas de Bolsonaro.  

Como mostramos mais cedo aqui no MS Notícias, Bolsonaro dividiu os aliados para o golpe de estado em 6 núcleos. Romão Corrêa Neto integrava o núcleo 'Operacional de apoio às ações golpistas', atuando em reuniões de planejamento e execução de medidas, no sentido de manter as manifestações em frente aos quartéis, incluídas a mobilização, a logística e o financiamento de militares das forças especiais, em Brasília/DF. 

A PF revelou que o núcleo em que Romão estava inserido, era coordenado por Mauro Cesar Barbosa Cid, então ajudante de ordens do ex-Presidente da República. Junto a Romão estavam também outros militares suspeitos de golpismo. São eles: Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros, Bernardo Romão Correa Neto, Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira, Alex de Araújo Rodrigues e Cleverson Ney Magalhães. Conheça os demais núcleos, aqui.  

Segundo conversas analisadas pela PF, Romão Corrêa era espécie de "homem de confiança" de Mauro Cid, executando tarefas além do âmbito do Palácio do Alvorada. Ele teria se voluntariado para 'chamar' militares com formação especial no Exército para por em prática o golpe de estado. Romão chegou a minutar um documento do golpe intitulado: "CARTA AO COMANDANTE DO EXÉRCITO DE OFICIAIS SUPERIORES DA ATIVA DO EXÉRCITO BRASILEIRO".  

A PF apontou que a carta foi apresentada por Filipe Garcia Martins Pereira e Amauri Feres Saad, ao então Presidente Jair Messias Bolsonaro que sugeriu algumas edições no documento. "A minuta de um Decreto, que detalhava diversos "considerandos" (fundamentos dos atos a serem implementados) quanto a supostas interferências do Poder Judiciário no Poder Executivo e ao final decretava a prisão de diversas autoridades, dentre as quais os ministros do Supremo Tribunal Federal, ALEXANDRE DE MORAES e GILMAR MENDES, além do Presidente do Senado RODRIGO PACHECO. O Referido documento também decretava a realização de novas eleições devido a supostas fraudes no pleito. De acordo com o colaborador, prosseguindo nos atos, o então Presidente da República teria determinado alguns ajustes na minuta do Decreto, permanecendo "apenas" a determinação de prisão do Ministro ALEXANDRE DE MORAES e a realização de novas eleições presidenciais", diz a peça judicial da Operação da PF.   

Após ter acesso a sonhada minuta do golpe, em 19 de novembro de 2022, Bolsonaro então convocou reuniões com Felipe Garcia, Amauri Feres e o Padre José Eduardo de Oliveira, que detem o domínio do site "www.padrejoseeduardo.com.br" e se diz comunicador, para 'fecharem um documento' para declarar estado de sítio. Inclusive, o ex-presidente pediria o apoio da Alemanha na empreitada golpista.  

Antes de embarcar na aventura golpista, Bernardo Romão Corrêa Neto esteve comandante do 10º Regimento de Cavalaria Mecanizada Antônio João – 10º RC Mec - em Bela Vista (MS), passando o posto em 2022 ao tenente-coronel Kenji Alexandre Nakamura. 

OPERAÇÃO TEMPUS VERITATIS

Como mostramos aqui no MS Notícias, a PF cumpre nesta 5ª feira (8.fev.24), ao menos 33 buscas em dez estados contra generais, coroneis, assessores, aliados políticos e contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

Além de Valdemar Costa Neto, também foram presos hoje: 

  • Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro;
  • Marcelo Câmara, coronel da reserva do Exército citado em investigações como a dos presentes oficiais vendidos pela gestão Bolsonaro e a das supostas fraudes nos cartões de vacina da família Bolsonaro;
  • Rafael Martins, major das Forças Especiais do Exército.

Jair Bolsonaro e aliados militares teriam sido delatados por Mauro Cid

As diligências integram a nova fase das investigações que miram o gabinete do ódio durante o governo
do ex-presidente.

A operação foi chamada de "Tempus Veritatis", que siguinifica: "hora da verdade", em latim.