Coordenador técnico do Centro Especializado de Reabilitação da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Campo Grande (Apae), Paulo Henrique Muleta Andrade, foi preso durante a Operação Turn Off, desencadeada nesta 4ª feira (29.nov.23)
Como mostramos mais cedo aqui no MS Notícias, a operação investiga fraudes em licitações e contratos que passam de R$ 68 milhões.
Além de Paulo, outras 6 pessoas foram presas e uma alvo de buscas, entre elas estão os secretários adjuntos: Flávio da Costa Brito Neto (Casa Civil - alvo de buscas) e Edio Antonio Rezende de Castro (Educação - preso). Os crimes cometidos pelo grupo permeiam o governo de Reinaldo Azambuja (PSDB).
A operação batizada de "Turn Off" (desligar), é realizada pelo Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc) e Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público (MPMS).
De acordo com os investigadores, foram indentificadas fraude em licitação para aquisição de materiais e produtos hospitalares para pacientes da Apae de Campo Grande. Os crimes foram cometidos com pagamento de propina a vários agentes públicos.
Fisioterapeuta com pós-doutorado pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Paulo tinha cargo de chefia na Apae, mas a entidade afirmou em nota que "não recebeu nenhuma notificação a respeito" e que deve emitir uma nota posterior por meio do departamento jurídico.
OS PRESOS NA TURN OFF
Edio era responsável pelas licitações na Secretaria de Estado de Administração (SAD-MS).
Alvo de buscas do Gaeco, o ex-secretário de saúde, Flávio da Costa Brito Neto, é bastante ligado ao atual deputado estadual Geraldo Resende (também ex-secretário de Saúde). Ambos eram peças chaves do governo Reinaldo Azambuja. Outro ligado a Resende que foi preso na 'Turn Off' é Thiago Haruo Mishima, nomeado como assessor especial do Governo do estado em 2022.
Outra presa pelo Gaeco é Simone de Oliveira Ramires Castro, que atuava como perita técnica em leilões de compras estaduais. Além dela, também foi presa Andrea Cristina Souza Lima, que atuava junto à SED na parte de contratos.
Outro preso foi o empresário Sergio Duarte Coutinho Júnior, dono da Maiorca Soluções, uma das empresas acusadas de levar contratos fraudulentos com pagamento de propina.
O 7º preso foi Victor Leite de Andrade, ligado a Isomed Diagnósticos, outra empresa acusada de levar licitações milionárias fraudulentas.
Dos 8 alvos, um não teria sido localizado.
O QUE DIZ O GOVERNO
O Governo do Estado de Mato Grosso do Sul informou, por meio de nota oficial, que os servidores sob investigação, no âmbito da operação do Gaeco/Gecoc, realizada na manhã de hoje, quarta-feira (29), resultante de inquérito sobre contratos firmados em anos anteriores, serão imediatamente afastados de suas funções.
O Governo do Estado de Mato Grosso do Sul informa que a medida visa garantir total transparência sobre contratos e procedimentos adotados pela gestão pública.
"O Governo do Estado de Mato Grosso do Sul esclarece ainda que a operação não se estendeu a órgãos do Governo do Estado e que a Controladoria-Geral e a Procuradoria-Geral acompanharão as novas etapas da investigação".