07 de setembro de 2024
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TRAJETÓRIA COROADA

Coordenação de bancada confirma papel estratégico de Vander

Deputado é fator diferenciado na representação de MS e uma das peças centrais na engrenagem do governo Lula

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Desde 2002, quando estreou em corridas eleitorais e conquistou uma cadeira na Câmara dos Deputados, o porto-murtinhense Vander Loubet não perdeu nenhuma disputa. Reeleito cinco vezes, ele chegou ao 6ª mandato e agora com um recorte político especial: escolhido pelos demais colegas da bancada sul-mato-grossense no Congresso Nacional, será um dos principais interlocutores pelas causas de Mato Grosso do Sul em Brasília.

Ao mesmo tempo, e na esteira de uma atuação diferenciada, Loubet afirma-se entre as peças estratégicas da base de sustentação do seu amigo e correligionário do PT, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É verdade que os seis mandatos consecutivos e suas relações de amizade e política com Lula foram fundamentais na decisão da bancada, quando os oito deputados e três senadores o elegeram coordenador.

Mas há outro fator determinante: o desenho curricular de Loubet traz uma das mais amplas e produtivas contribuições da atividade parlamentar com as causas do Estado em Brasília nos últimos 20 anos. Esta trajetória teve início ainda em Porto Murtinho, quando ele e seu tio, o ex-governador e atual deputado estadual Zeca do PT, ingressaram nas lutas democráticas e populares.

CRESCIMENTO

Vander Loubet em carreata no início da sua carreira política. Foto: Reprodução | Aquivo Vander Loubet em carreata no início da sua carreira política. Foto: Reprodução | Aquivo 

Do movimento sindical dos bancários e mobilizações em causas como anistia e Diretas-Já à política partidária o caminho seria curto e natural. Em 1980, operários, intelectuais, estudantes e sindicalistas criaram, a partir das bases metalúrgicas de São Paulo, o Partido dos Trabalhadores. Vander tinha apenas 16 anos, porém já vislumbrava o que abraçaria pouco tempo depois, como estudante e bancário, ao lado do tio Zeca.

Ambos se filiaram ao PT e foram efetivos na construção partidária em Mato Grosso do Sul. Ao longo do tempo, enquanto o PT crescia para tornar-se o maior partido das classes laborais na América Latina, Loubet assumia as mais diversas tarefas da militância. Participava das passeatas, segurava as bandeiras, distribuía panfletos, montava palanques e, embora num ativismo prematuro, arriscava-se a organizar os movimentos e a fazer interlocuções com as lideranças.

Vander ao lado de Lula e Zeca do PT. Foto: Reprodução | ArquivoVander ao lado de Lula e Zeca do PT. Foto: Reprodução | Arquivo

A presença destacada do jovem militante não passou despercebida. Zeca do PT e outros companheiros viam nele um ser político diferenciado. E não somente para as atividades operacionais de rua e palanques, mas também na defesa das ideias, nos debates conceituais, nas avaliações sobre desempenho partidário e no complexo planejamento estratégico que seria essencial para o PT evoluir como força capaz de romper o estreitismo ideológico e ascender aos planos superiores da vida pública, disputando eleições e tornando-se a cada dia mais competitivo no teste das urnas.

Com esse currículo, Loubet passou a exercer funções dirigentes e chegou à presidência do partido em Mato Grosso do Sul. Foi ele quem coordenou a vitoriosa — e então improvável — campanha de Zeca ao governo do Estado em 1998, depois de ter coordenado as campanhas anteriores do tio para a Câmara de Vereadores de Campo Grande e deputado estadual, ambas coroadas de êxito.

Com o triunfo de Zeca no segundo turno — derrotando adversários de peso político eleitoral como Ricardo Bacha (PSDB) e o ex-governador Pedro Pedrossian (PTB) —, Loubet tornou-se Chefe da Casa Civil. E consolidou-se como um dos mais eficientes e acreditados interlocutores do governo, dando ao cargo uma dimensão maior e de mais amplo alcance político-ideológico. E isto o levou a ser reconhecido, por aliados e adversários, como o petista de melhor trânsito e mobilidade em terrenos ideologicamente opostos aos do PT e da esquerda.

Vander sorri ao lado do presidente Lula. Foto: ReproduçãoVander sorri ao lado do presidente Lula. Foto: Reprodução

MUITOS AVANÇOS

Semelhantes avanços garantiram decisões, iniciativas e programas de governo históricos, especialmente no atendimento a demandas populares de largo benefício social e econômico, entre os quais o Che-Roga-Mi (da casa própria) e o Restaurante Popular. Nas artes, no fomento ao setor produtivo — principalmente a agricultura familiar —, na infraestrutura, no cuidado com as estradas (o Fundersul, instituído por Zeca após vencer dura resistência do agronegócio), na saúde, no lazer e no esporte — lançando, entre outros, os projetos do Festival de Inverno de Bonito e Temporadas Populares —, os investimentos governamentais tinham a mão e as ideias colaborativas do chefe da Casa Civil.

Vander Loubet no Congresso Nacional. Foto: ReproduçãoVander Loubet no Congresso Nacional. Foto: Reprodução

Em 2002, coordenando a reeleição de Zeca, estreou como candidato e conquistou seu primeiro mandato de deputado federal. Em Brasília, o papel de Vander Loubet como porta-voz das demandas estaduais se agigantou. E com uma atuação direcionada notadamente à interlocução política e à busca de recursos e projetos para o Estado, credencia-se em definitivo. E diante de aliados e adversários, ganhou o crédito dos seis mandatos que recebeu da população e do variado matiz de lideranças como agente político confiável, capaz, produtivo, comprometido com a democracia e vocacionado para a elaboração das desafiadoras engenharias de articulação e de convivência entre pólos diferentes e opostos da vida pública.

Atualmente, Vander Loubet está na melhor conta da capacidade de aglutinação do governo Lula. Uma antiga amizade, nascida nos anos 1980, quando o PT foi fundado, evoluiu no dia-a-dia da política. De agendas mais afetivas, como as pescarias no Rio Paraguai em sua Porto Murtinho, aos compromissos e desafios de alta complexidade federal ou local, Vander Loubet e Luiz Inácio Lula da Silva escrevem há mais de 40 anos capítulos de uma história em comum na perspectiva humana e convivencial que só a boa política e os bons políticos podem apontar.