Josiel Gomes de Macedo, condenado a 16 anos e meio de prisão por seu envolvimento no ataque a Brasília e compra de equipamentos militares para golpistas do 8 de janeiro, continua foragido na Argentina, onde conta com o apoio de uma rede de empresários, advogados e veículos de comunicação alinhados ao bolsonarismo.
A denúncia do The Intercept, mostra que embora esteja fugindo da justiça brasileira desde junho de 2024, Josiel tem sido empregado por empresários brasileiros, como os irmãos Rodrigo e Paula Bitencourt, proprietários da agência de turismo Bitentour, em Buenos Aires, que sabiam de sua condição de foragido.
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Após a denúncia, Josiel apareceu em uma TV de Valinhos (SP), onde afirmou ter sido demitido da agência, mas reafirmou que continua 'amparado'. Além disso, o apoio à sua fuga vai além do âmbito empresarial. Emissoras de rádio e TV com forte alinhamento à extrema direita, como a VV8 TV e a rádio Auriverde Brasil, defenderam Josiel, atacando a reportagem que revelou sua localização.
Uma rede de apoio criminosa foi montada para outros foragidos do 8 de Janeiro na Argentina, com organizações como a Asfav e o Instituto Gritos de Liberdade arrecadando fundos para garantir a permanência desses fugitivos no exterior. A ONG Gritos de Liberdade, por exemplo, recebe doações em apoio a “refugiados” e “perseguidos políticos” do movimento bolsonarista.
Além disso, redes de extrema direita têm auxiliado financeiramente esses foragidos, organizando transportes e fornecendo moradia. Mesmo com mandados de prisão em aberto, muitos deles seguem livremente pela Argentina, protegidos por uma estrutura de apoio que facilita sua permanência fora do Brasil.
Veja a matéria original de Paulo Motoryn e Thalys Alcântara, aqui.