Sob a liderança do ex-governador André Puccinelli, o MDB de Mato Grosso do Sul prepara sua forma de pré-candidaturas para desembarcar com a carga máxima no ano de 2020. Desde a vitória de Alcides Bernal (PP) na sucessão campo-grandense em 2012, e passando por duas disputas estaduais vencidas pelos tucanos de Reinaldo Azambuja, o partido foi ainda duramente golpeado em conjunturas episódicas, mas que causaram um forte abalo, como a revoada de prefeitos e lideranças para agremiações como o PSDB e o DEM. De 23 prefeitos que elegeu em 2012, a conta caiu para 17 quatro anos depois e chegou a apenas 11 na metade deste ano.
Apesar das perdas, o ânimo emedebista não esfriou, garante o presidente do Diretório Municipal de Campo Grande, Ulisses Duarte. “Somos um partido de militância forte, com bases participativas, e temos quadros qualificados e competitivos em todas as regiões do Estado”, afirmou. A confiança de Duarte tem como parâmetro a disposição e o trabalho que Puccinelli vem fazendo na Capital e no interior, mobilizando e motivando os filiados, incentivando candidaturas e chamando a sociedade.
GALERIA
Com isso, a galeria de pretendentes vem aumentando sua visibilidade a cada dia. José Arthur (Bonito), José de Oliveira, o Zé Mijão (Rio Verde), Abrão Zacarias (Bela Vista), Arlei Barbosa (Nova Alvorada do Sul), D.r Antonio Thiago (Brasilândia), Paulo Duarte (Corumbá), Daltro Fiúza (Sidrolândia), Sidney Foroni (Rio Brilhante) e Jun Iti Hada (Bodoquena). Esta é uma parcela de prefeitos e ex-prefeitos que contam na soma das esperanças do MDB para recuperar nas disputas do próximo ano a força política e eleitoral que já lhe deu por mais de três décadas a hegemonia em Mato Grosso do Sul.
A maioria está em situação confortável ou destacada nas amostragens pré-eleitorais realizadas até agora. São os casos, entre outros, de Zé Arthur, Paulo Duarte, Arlei Barbosa e Daltro Fiúza. Para quem quer a reeleição e para quem pretende retornar à chefia da administração municipal, esse termômetro da vontade popular e altamente significativo.
Estão, nessa conta ainda outros nomes que os emedebistas também consideram trunfos para o teste das urnas. Tudo começa por Campo Grande, aonde vigora a resolução do diretório estadual e a vontade de seu líder maior, o ex-governador André Puccinelli, que é lançar candidatura majoritária própria. Três são as alternativas já anunciadas: a ex-secretária de Assistência Social, Tânia Garib; o ex-deputado estadual e ex-prefeito de Coxim, Júnior Mochi; e o ex-senador Waldemir Moka.
Em Maracaju, outro motivo de alento e certeza na capacidade emedebista. A gestão do prefeito Maurílio Azambuja é uma das melhores avaliadas do Estado e nela está o principal apelo para o eleitorado seguir a orientação do prefeito, um dos mais decisivos "cabos eleitorais" no interior de Mato Grosso do Sul. Para sua sucessão, dois nomes ganharam destaque no partido: o secretário de Fazenda, Lenílson Carvalho, e o titular da Secretaria de Desenvolvimento e Meio Ambiente, Frederico Felini.
Já em Costa Rica, o prefeito Waldeli dos Santos Rosa, em segundo mandato, não pode ser candidato, mas tem aprovação de governo e popularidade em níveis tão elevados que a sua liderança fará a diferença na balança eleitoral em favor do candidato que apoiar. O nome mais provável é o do secretário de Assistência Social, Leandro Bortolazzi.À Ponta Porã, o partido já está trabalhando com a pré-candidatura do advogado Luiz Renê Gonçalves do Amaral, conselheiro federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e com um currículo recheado de protagonismos de destaque na carreira. Em Corumbá, além do ex-prefeito e ex-deputado Paulo Duarte, que já apareceu liderando uma das pesquisas, outra opção é o jovem vereador Gabriel de Oliveira, o mais votado em 2016.
Um detalhe interessante, e que justifica a confiança dos dirigentes do MDB: alguns dos prováveis candidatos, mesmo com pendências judiciais, estão na dianteira ou em posições destacadas nas pesquisas de intenção de voto. De acordo com Ulisses Rocha e a assessoria jurídica do partido, nenhum deles está com os direitos políticos suspensos.
A informação contraria o que chegou a sugerir um órgão de imprensa na tentativa de desmerecer a liderança de Zé Arthur na pesquisa Ranking, que o aponta em primeiro lugar, à frente de vários prováveis concorrentes, entre os quais o atual prefeito, Odílson Soares (PSDB) e o ex-prefeito Geraldo Marques. Uma prova simples da habilitação de Zé Arthur: ele é o atual vice-prefeito, o que significa que sua candidatura e sua ficha, em 2016, foram analisadas e homologadas pela Justiça Eleitoral.
O MDB projeta, inicialmente, lançar chapa majoritária em 32 municípios. Esse número pode aumentar, a depender dos desdobramentos do processo de construção de alianças que Puccinelli e as direções estadual e municipais estão iniciando. Em Três Lagoas, que é o terceiro maior colégio eleitoral do Estado, os emedebistas já fazem os cálculos para avaliar se em vez de coligação ou lançamento apenas de chapa proporcional, optem por indicar uma candidatura majoritária.