Além do deputado federal Vander Loubet, da deputada federal Camila Jarra, do ex-governador e deputado estadual eleito Zeca do PT e da senadora Simone Tebet, Mato Grosso do Sul tem outros nomes no aparato de personalidades que preparam o terreno para o 3º mandato presidencial de Lula.
A presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, e seu ex-marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, que foram secretários estaduais no governo de Zeca, são influentes na equipe de Lula e podem reforçar as reivindicações dos sul-mato-grossenses em Brasília. Na equipe de transição, Simone, Bernardo e Hoffmann têm a companhia já oficializada de Cida Gonçalves. E o grupo pode ganhar mais um nome, o do advogado indígena Eloy Terena.
Esses nomes foram designados para cumprir tarefas específicas de transição nas áreas de Articulação Política (Hoffman), Comunicações (Bernardo), Assistência Social (Simone) e Mulheres (Cida). Se for chamado, Eloy Terena entra no grupo que vai preparar o terreno para, entre outros objetivos, a criação do Ministério dos Povos Originários.
PRIORIDADES
Com seu nome indicado para trabalhar na equipe de transição do presidente eleito, Aparecida Gonçalves, de 60 anos, com formação em Publicidade e Marketing, é uma das especialistas brasileiras em políticas públicas pela equidade e contra a violência de gênero. Natural de Clementina (SP), vive desde 1984 em Campo Grande e já foi candidata a deputada pelo PT, seu único partido.
Com uma empresa de assessoria e consultoria nas áreas envolvendo questões de gênero e violência contra a mulher, Cida Gonçalves ganhou e acumulou prestígio nacional nos governos de Lula e Dilma, a partir de 2003, chefiando na Presidência da República a Secretaria Nacional de Políticas Para as Mulheres. Antes, havia coordenado o processo de articulação e fundação da Central dos Movimentos Populares no Brasil e a Subsecretaria da Mulher no governo de Zeca do PT.
EXPECTATIVA
Nesta 6ª.feira (11.nov.22), enquanto preparava a bagagem para a viagem na 2ª.feira (14.nov.22) ao Distrito Federal, onde se juntará às outras integrantes de seu grupo, Cida Gonçalves disse ao MS Notícias que a sua maior expectativa com o governo Lula é a construção de novas possibilidades de inclusão e desenvolvimento humano: "Está bem definido o foco do nosso presidente. Ele vai investir em obras, sim. Mas a prioridade maior é investir em políticas que promovam inclusão, combatendo e erradicando a fome".
Cida Gonçalves se diz otimista com o formato e o conteúdo que Lula está dando na composição das metas e compromissos de gestão, inclusive no aspecto político. Para ela, há um contexto de grande capilaridade na base de apoio do presidente eleito. Observa que com a somatória das forças de esquerda e de centro o cenário pode atrair até segmentos de centro direita e da direita que não compactuam com o governo de Jair Bolsonaro ou fazem opção por um governante comprometido com os valores democráticos.
Segundo ela, não existe qualquer sinalização de cargos ministeriais para quem irá compor a equipe de transição. "Vamos fazer uma radiografia, crítica e apurada, sobre o que temos e o que não temos no governo e no País para elaborar os programas. Estou segura e confiante. À medida que o tempo avança, o quadro se consolida com a constatação de que a democracia já está assegurada pelo voto popular", enfatiza.
No grupo que faz os estudos sobre os desafios da política de gênero Cida vai trabalhar com a ex-ministra da Secretaria Especial de Política para Mulheres, Eleonora Menicucci; a escritora Anielle Franco, irmã da vereadora Marielle Franco (Psol), assassinada em março de 2018; a economista Roseli Faria; a mestre em Direito e ex-coordenadora do Programa de Incentivo à Equidade de Gênero da Itaipu Binacional, Maria Helena Guarezi.