O Centrão do presidente da Casa Baixa, Arthur Lira (PP-AL) e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), mira ampliar o poder sobre o cofre do Executivo Federal, e emparedando o presidente do Brasil, Lula (PT), tem aprovado medidas contrárias às prioridades do governo, e tentam agora esvaziar ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas, por meio de uma Medida Provisória (MP).
Na 4ª.feira (31.mai.23), os deputados aprovaram por 337 votos a 125 o texto-base da medida provisória que esvazia as pastas. O governo agora corre contra o tempo: pois o Senado precisa votar o texto até as 23h59 de hoje, já que a MP caduca amanhã. O presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), já marcou a sessão.
Lira engrossou o tom com o governo Lula, deixando claro que os deputados querem mais poder sobre os cofres: “O que há é uma insatisfação generalizada dos deputados — e talvez dos senadores, que ainda não se posicionaram — com a falta de articulação política do governo, não de um ou outro ministro”, disparou.
Ele chegou a dizer que, se a MP não fosse aprovada ou votada, a Câmara não deveria ser responsabilizada, mas sim o governo. Para garantir a aprovação, Lula entrou pessoalmente na articulação política. À tarde, ligou para Lira e confirmou a liberação de recursos via emendas parlamentares. Também conversou com parlamentares como Elmar Nascimento (União-BA), líder da legenda na Câmara, e Isnaldo Bulhões, (MDB-AL), líder do partido e relator da MP no Congresso.
O presidente ouviu as queixas sobre a lentidão na liberação de emendas e de cargos no governo e foi avisado de que essa seria a última grande carta de crédito da Câmara.
Lula teve que liberar R$ 5,5 bilhões em emendas parlamentares para conseguir um apoio minúsculo. O maior montante, de R$ 1,7 bilhão, foi liberado na 3ª feira (30.mai.23).
A insatisfação deriva da falta de poder. Os deputados e senadores acostumados nos últimos 4 anos a ter o poder que bem entendem, estão insatisfeito que há um controle no Orçamento.
Nos corredores do Palácio do Planalto, a única maneira vista para seguir é pagar as emendas e destravar as nomeações políticas. Nos bastidores, parlamentares afirmam que Lula tem de entregar o caixa do governo para o Congresso, como fez Jair Bolsonaro. Articuladores do governo, no entanto, avisaram que o petista está disposto a dividir o bolo, mas não da mesma forma.
Petistas reclamam que há traidores na base do governo. Até mesmo grupos políticos têm votado contra pautas defendidas pelo Palácio do Planalto. Mostramos aqui no MS Notícias, que o União Brasil, por exemplo, tem três ministérios, mas tem liberado seus parlamentares para votar nominalmente, a fim de ajudar o Centrão a pressionar o governo.