23 de novembro de 2024
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Câmara toma gosto por golpe e agora vereador articula derrubar Flávio César da presidência

Negada, por quem costuma conviver na diferente interpretação da verdade, de que um golpe contra a presidência da Câmara Municipal na base da chantagem do Governo estadual está sendo articulada.

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Por mais que irrite o vereador professor João Rocha (PSDB), a “Rádio Café”, com toda a picardia que lhe é peculiar e uma boa dose de assertiva, comenta sobre a possibilidade de um novo “golpe”, dessa vez, desfechado contra o também vereador Flávio César (PTdoB), presidente em exercício da Câmara de Vereadores de Campo Grande.

João Rocha que é presidente da Comissão de Ética que vai analisar, entre outros, a quebra de decoro dos parlamentares investigados pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), foi mencionado pelo vereador Airton Saraiva (DEM) como um dos participantes de reuniões que tramavam a cassação do prefeito eleito, Alcides Bernal (PP) e entronização blindada do vice-prefeito Gilmar Olarte (PP por liminar), e hoje réu por corrupção e lavagem de dinheiro. O grupo de apoio deixou a Capital em situação falimentar.

O golpe traçado e comentado, afirma que Mario Cesar, ex-presidente da Casa, afastado pela Justiça, renunciaria à presidência da Mesa Diretora da Câmara Municipal, forçando uma nova eleição no prazo de 30 dias. João Rocha tem articulado, com outros vereadores, em especial com os envolvidos nas investigações e com mais experiência política, vendendo uma proteção, ao grupo, conseguida na força política do governo Estadual comandado por Reinaldo Azambuja. Em troca, evitaria – sabe-se lá, como – a menção da vice-governadora, Rose Modesto (PSDB – vereadora que também votou pela cassação de Bernal) e do líder do governador na Assembleia Legislativa e irmão da vice-governadora, deputado Rinaldo Modesto que, na mesma frequência da Rádio Café, um dos articuladores do golpe.

João Rocha foi líder oficial do prefeito Gilmar Olarte no início de sua gestão, depois, a partir da liderança haver passado para Edil Albuquerque (PMDB) passou a atuar como líder não oficial. Hoje preside, além da Comissão de Ética recém criada, também da Comissão Processante que irá julgar Olarte.

A Câmara que vem enfrentando desaprovação pela população, tanto pela cassação de um prefeito eleito com mais de 270 mil votos, quanto pela blindagem de um prefeito que cometeu inúmeras irregularidades, não cumpriu leis, triplicou contratos, como o do consórcio CG Solurb, sem que houvesse uma mínima lógica para isso, não deu continuidade à construção de 21 Ceinfs, deixou as escolas sem merenda – que apodreceram nos depósitos -, enfrentou greves do magistério, dos médicos, dos enfermeiros; fez contratos irregulares para a instalação do CEMPE (Centro Médico Pediátrico) e o reformou às custas do erário pagando aluguel antes mesmo do seu funcionamento, burlou a Constituição quando viajou em jatinho particular de fornecedor do município, e escapou de investigação e cassação graças aos 23 vereadores de sua base, capitaneados por Edil Albuquerque, seu líder oficial e João Rocha e Airton Saraiva (DEM), não oficiais.

Distante da realidade das ruas e do sentimento dos eleitores, depois do executivo, agora o legislativo pode ser o alvo do novo golpe. Caso Bernal continue a repetir seus erros da primeira parte do mandato, esse grupo articula, via judicial, sua deposição. Todos lutam pelo espólio de Campo Grande, a moribunda falida graças as ações dos seus políticos. Contam, talvez, com a fraca memória de parte do eleitorado (bastam pouco mais de 3 mil votos para que eles se reelejam) e a força econômica que utilizarão nas próximas eleições.

É esperar e ver o que restará após essa nuvem devastadora de gafanhotos políticos que revoam a cada dia mais vorazes os céus da Capital.