Renan Calheiros (MDB-AL) usou da ironia e rebateu dizendo que o presidente já encontrou um slogan para a campanha à reeleição no próximo ano.“Que síntese. Nunca um governo foi tão bem definido em uma palavra. Parabéns, Bolsonaro, foi o que o senhor fez mesmo. Já tem o slogan de 2022”, tuitou.
Bolsonaro reagiu raivosamente e com a resposta chula após os membros da CPI do Genocídio fazererem à ele um pedido de esclarecimentos sobre o encontro em que o deputado Luís Miranda (DEM-DF) denunciou o suposto esquema de corrupção na compra da vacina Covaxin. Em live na noite de ontem (8.jul), o presidente disse: “Sabe qual a minha resposta? Caguei. Caguei para a CPI”.
Renan é relator da CPI e um dos alvos prediletos de Bolsonaro. A CPI levantou documentos que comprovam que o governo Bolsonarista teria firmado contrato de 20 bilhões por vacinas da Covaxin, mas que haviam sob esse acordo suposta cobrança de propina. Bolsonaro não toca nesse tema. Ontem, porém, provou estar desconfortável em lidar com o que seria o maior escândalo de corrupção da história do Brasil, protagonizado pelo suposto "salvador da pátria" da direita brasileira.
“É importante frisar: a resposta do Presidente não é à CPI, é ao POVO BRASILEIRO! Seu desprezo pela vida é a resposta dele para as mais de meio milhão de famílias enlutadas. Ele ofende o povo que quer vacina, que está com medo de morrer enquanto tem gente ROUBANDO”, escreveu o Vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
A não resposta de Bolsonaro ao pedido deixou constragida até a base de apoio do político. Senadores governistas não escondem o desconforto com as várias versões sobre o episódio, além da ausência de uma fala contundente do próprio Bolsonaro para pautar a defesa política dele na CPI.
Segundo Luis Miranda, ao ouvir as suspeitas sobre a Covaxin, Bolsonaro disse que era "coisa" do deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara.
Em transmissão ao vivo em rede social, nesta quinta (8), o presidente afirmou que não vai responder à carta da CPI.