O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), se fez de desentendido sobre as joias de R$ 16,5 milhões que sua equipe de governo contrabandeou da Arábia Saudita para o Brasil, após uma visita oficial ao Oriente Médio, em outubro de 2021.
“Estou sendo acusado de um presente que eu não pedi, nem recebi. Não existe qualquer ilegalidade da minha parte. Nunca pratiquei ilegalidade”, disse Bolsonaro ao ser questionado pela CNN americana neste sábado (5.mar.23).
As joias que os bolsonaristas tentaram trazer escondidas, estavam na mochila de Marcos André dos Santos Soeiro, tenente da Marinha, assessor do ex-ministro bolsonarista Bento Albuquerque (Minas e Energia) e foram apreendidas na alfândega do Aeroporto de Guarulhos. Os itens, haviam sido dados pelas autoridades políticas do Oriente Médio como presente à então primeira-dama Michelle Bolsonaro, como mostramos ontem aqui no MS Notícias. Mas, para entrar no Brasil, Michelle deveria pagar o imposto de 50% do valor do produto, mas os bolsonaros não queriam isso, então tentaram 'passar de fininho'.
Os itens valiosos acabaram apreendidos na Receita Federal brasileira. Na época, Bolsonaro tentou de toda maneira usar seu poder político para recuperar as joias sem pagar o imposto devido, no caso de R$ 12 milhões, com acréscimo de um multa por ter contrabandeado as peças valiosas. Apesar das tentativas, Bolsonaro não conseguiu pressionar os membros da Receita, pois os funcionários são concursados (tem estabilidade de carreira).
Ainda estão lá na receita um colar, um anel, um relógio e um par de brincos, todos feitos com diamantes, da grife Chopard, devidamente acompanhados de um certificado de autenticidade da marca.
Michelle Bolsonaro já havia se feito de desentendida sobre o presente valioso trazido ao Brasil de forma criminosa. Numa publicação, a ex-primeira-dama foi 'ironica', dando uma resposta torpe sobre o escândalo.
Ninguém disse que Bolsonaro “pediu” o presente milionário e tampouco está em causa se ele e sua esposa eram os beneficiados pelo "presente", já que isso é um fato comprovado por seu próprio ministro, pelo cerimonial de Estado do Planalto e pela própria apreensão do material pela Alfândega, no Aeroporto de Guarulhos.