23 de dezembro de 2024
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INCONFORMISMO NA PISTA

Bolsonaro e atos golpistas completam um mês

Silêncio faz com que grupelhos radicais se mantenham rijos

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Jair Bolsonaro (PL) completa um mês de isolamento e bolsonaristas um mês de atos golpistas no Brasil. Os atos vão de ações bizarras a violentas dos radicais de extrema direita, isso porque, o mandatário ainda não reconheceu que foi derrotado por Lula (PT), no 2º turno da eleição presidencial. 

Desde que foi derrotado, Bolsonaro concentrou seus compromissos no Palácio do Alvorada, sua residência oficial, e deixou de aparecer no Palácio do Planalto. O mandatário despachou na sede do Executivo federal apenas cinco vezes, preferindo permanecer recluso na maior parte do tempo. Ele deixou de lado as lives que fazia às quintas-feiras e evita "falar com seu povo", apesar de ter sido aconselhado pelo seu vice, Hamilton Mourão, a "abrir o jogo"

O isolamento de Bolsonaro também tem sido justificado por aliados, inclusive Mourão, devido ao agravamento de uma ferida na perna por causa de erisipela, um tipo infecção cutânea. 

Paralelo aos atos golpistas, tentativas fracassadas de contestação do resultado eleitoral também vieram da sigla do mandatário.  

Mostramos aqui no MS Notícias, que o PL apresentou um relatório com acusações fantasiosas contra as urnas, mas queria que a Justiça Eleitoral apenas considerasse apontamentos sobre os números corrida eleitoral exclusivamente do 2º turno e para presidente. A justiça pediu que o relatório fosse refeito englobando o pedido de análise das urnas do 1º e 2º turno — já que são as mesmas. O PL, porém, com medo de perder sua bancada de 99 deputados eleitos na Câmara, preferiu contestar de maneira direcionada apenas a disputa presidencial. Com isso, o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, entendeu o pedido como peça jurídica de "má-fé" que tinha como objetivo apenas tumultuar o resultado eleitoral. O PL foi multado em quase R$ 23 milhões e cerca de R$ 13 milhões já foram bloqueados da conta do partido. 

Bolsonaro não comentou essa decisão, uma cartada, após ele pressionar muito o presidente da sigla, o condenado do mensalão, Valdemar Costa Neto.  

A ausência do presidente no Planalto e o início da transição entre governos deu ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede do governo de transição, status de centro de poder em Brasília. 

O silêncio faz com que grupelhos radicais se mantenham rijos. Um desses grupos está acampado em frente ao Comando Militar do Oeste, na Avenida Duque de Caxias, em Campo Grande (MS). Os radicais permanecem pedindo intervenção militar em razão do resultado desfavorável a Bolsonaro nas eleições. 

A mobilização se mantém apesar de nenhuma das promessas feitas até o momento terem sido confirmadas. No dia 31 de outubro, quando começou o ato na frente do CMO, o grupo dizia que a mobilização era necessária porque as Forças Armadas agiriam em 72 horas. 

Áudios atribuídos ao filho 03 do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, viralizaram com ele pedindo aos seguidores para levarem o máximo de gente para as manifestações e não deixarem em nenhuma hipótese a frente dos quartéis. Os bolsonaristas suportaram frio, chuva e sol. Na 2ª.feira (28.nov), Eduardo foi flagrado no Catar ao lado da esposa curtindo a Copa do Mundo no duelo contra a Suíça. A situação rendeu críticas de muitas lideranças da extrema direita.