A prefeita de Campo Grande (MS), Adriane Lopes (PP) deve demitir mais três secretários municipais neste mês: chefes de Governo, da Saúde e do Desenvolvimento Econômico.
Um nome já acertado para ser demitido é o do chefe da Secretaria de Saúde (Sesau), Sandro Trindade Benites (Patriota), de 46 anos, vereador licenciado da Capital conhecido por uma falcatrua de supostamente ter usado, em 2020, R$ 5 mil do Fundo Especial de Financiamento de Campanhas (FEFC) destinado à campanha da enfermeira Sônia Maria Correia dos Santos, mais conhecida como Soninha da Saúde.
Sandro é um radical bolsonarista que assumiu a Sesau logo após entrar na mira da justiça federal ao puxar atos golpistas que cobravam a “intervenção federal” (novo nome dado ao golpe militar). Sandro subiu a um trio-elétrico patrocinado por golpistas em 3 de novembro de 2022 — logo após a derrota de Jair Bolsonaro nas urnas — ao microfone ele gritava para um grupelho em frente Comando Militar do Oeste (CMO), fazendo acusações infundadas contra o presidente eleito. “Nós, campo-grandenses, patriotas, humildemente, pedimos socorro, nos livre desse mal, e juntos não aceitamos ser governados por um ladrão, por um narcotraficante, nos ajude, general”, vociferava o então vereador que também é major do Exército.
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Além disso, durante a pandemia de Covid-19, Sandro que via Bolsonaro como um ídolo, foi defensor do uso de medicamentos sem eficácia comprovada no tratamento do vírus, incluindo a famigerada cloroquina, propagandeada pelo ex-mandatário Jair Bolsonaro, agora inelegível por crimes cometidos no cargo.
Assim como Bolsonaro e diversos arquitetos do atos golpistas com caráter terrorista de 8 de Janeiro, Sandro Benites deve ainda responder judicialmente por crimes cometidos em prol do clã bolsonarista. Assim que ele for demitido por Adriane Lopes deverá enfrentar procedimentos internos instaurados na Comissão de Ética da Casa Baixa em razão daquele novembro de 2022. Além disso, como mostramos aqui no MS Notícias, Benites deve ser alvo da Polícia Federal futuramente pois fonte bem-informada e de trânsito nos principais bastidores de Brasília, disse ao MS Notícias que a PF está investigando nomes de uma sortida relação de empresários, políticos, profissionais liberais, artistas e religiosos que não se conformaram com o resultado das urnas no segundo turno da disputa presidencial. Diante disso, decidiram engrossar a campanha nacional que reivindicava a anulação das eleições e um golpe de Estado para não permitir que Lula assumisse a presidência da República.
Quando a PF iniciou a primeira operação do pós-8 de Janeiro, já havia em sua lista de suspeitos diversos sul-mato-grossenses. Um deles, no entanto, escapou: exatamente o vereador Sandro Benites, que se licenciou do mandato para chefiar a Secretaria Municipal de Saúde. Com seu retorno à cadeira na Câmara, a fraca blindagem do cargo administrativo deve se desfazer. Também era de conhecimento geral que manter Benites no cargo era um erro, pois a qualquer momento, inclusive próximos às eleições, ele poderia ser alvo de investigadores e isso implicaria prejuízos diretos ao nome da pré-candidata à releição.
OUTRAS MUDANÇAS
A primeira mudança feita por Adriane Lopes foi a substituição do engenheiro Domingos Sahib Neto pelo engenheiro e ex-secretário estadual de Infraestrutura, Marcelo Miglioli, na Secretaria Municipal de Serviços Públicos e Infraestrutura. Para assumir o cargo, ele trocou o União Brasil pelo PP. A nomeação saiu no Diário Oficial da Capital de MS em 6 de novembro.
Outro alvo do facão de Adriane, sobrevivente da primeira reforma administrativa em 2022, é o secretário municipal de Inovação, de Desenvolvimento Econômico e Agronegócio (Sidagro), Adelaido Vila.
Também deve deixar o cargo o secretário municipal de Governo, João Rocha. Ele vai reassumir sua cadeira na Câmara e nos bastidores é ventilado que deve filiar-se a legenda de Adriane Lopes sob influência da senadora Tereza Cristina.
De acordo com apurado, nome carimbado da política, o ex-vereador Marcos Alex Mello, conhecido pelo apelido 'Alex do PT' é um dos que estão na mesa de Adriane para substituir João Rocha. Além dele, sob o verniz da madeira na sala da prefeita está o nome de Darci Caldo, um dos coordenadores da campanha de Marquinhos ao Governo e também atua no gabinete da chefe do Executivo.
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