Circulam nos bastidores da política a informação de que o deputado estadual Marquinhos Trad, o caçula do clã, estaria de malas prontas para o PSD, partido comandado pelo empresário Antonio João. Caso isso ocorra, existe uma articulação paralela pela composição de uma chapa majoritária encabeçada pelo deputado e tendo como candidato a vice o PSDB, que seria representado pelo atual secretário de Estado de Administração e Desburocratização, Carlos Alberto de Assis.
Tudo poderá ser facilitado caso o Congresso aprove a fusão do PL com PSD, conforme vem sendo costurada. Se aprovada, Marquinhos Trad, que está sem espaço no PMDB, poderá migrar para o novo partido sem que perca seu atual mandato. Caso contrário, Marquinhos vai aguardar até o último prazo, 1 de outubro de 2015.
No caso de Carlos Alberto de Assis, depende de como se sairá a vice-governadora Rose Modesto, após o escândalo de nepotismo cruzado que envolve seu irmão, o deputado estadual e líder do governo na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, Rinaldo Modesto, e o presidente do Tribunal de Contas do Estado, Waldir Neves.
Por outro lado, basta uma leitura mais atenta da página que Antonio João mantém na rede social Facebook para formão quadro das articulações. Na terça-feira (7) foram três publicações enigmáticas: primeiro publicou que “Uma das minhas decisões, tomadas nas reflexões noturnas: deixar a política e cuidar da minha vida e da minha família.” Logo depois, assegurou que “Isso implicaria em, inclusive, deixar o PSD”, e deu seguimento com a informação de que “Falei há pouco com o ministro Kassab e pedi um encontro. Marcamos para amanhã. Penso que vou trazer soluções definitivas”, e finalizou as mensagens do dia: “Política, da forma como vem sendo feita, NÃO É LUGAR PARA GENTE SÉRIA. Vai daí que tenho até amanhã para finalizar meus planos. Assim o farei.”
A última frase pode indicar que, feita a fusão entre os partidos e caso o empresário venha a perder poder ou até o controle da sigla, pode pendurar as chuteiras políticas ou buscar uma nova agremiação. Irascível, Antonio João coleciona desafetos entre aqueles políticos dos quais esteve próximo.
Foi suplente do senador Delcídio do Amaral, chegando até a assumir, por curto período, a cadeira no Senado; hoje são inimigos figadais. Recentemente foi candidato ao Senado na chapa liderada por Reinaldo Azambuja, contra quem hoje solta farpas sempre que a ocasião permita. Até mesmo Maurício Picarelli, aliado, funcionário e amigo, que à época da saída de AJ do comando do PTB, em 2004, declarava que “faço parte do grupo do Antônio João”, não o seguiu, deixou a emissora do empresário e, hoje, mantêm uma amizade distante.
Goste-se, ou não, o empresário fez com que o partido conquistasse já em 2012, 1 prefeitura, 2 vice-prefeituras e 58 cadeiras nas Câmaras Municipais, sendo 3 na Capital.
Se tudo caminhar conforme está sendo desenhado no mapa político de Campo Grande, para vencer a dobradinha que tem Marquinhos Trad, apontado por pesquisas não oficiais como o preferido da população somado à força que vem do governo do Estado representado por Carlos Alberto de Assis, será necessário que o ex-governador André Puccinelli (PMDB) abandone sua aposentadoria dos palanques (nunca da política) e o deputado Zeca do PT parta para o sacrifício em nome do PT, licenciando-se da Câmara Federal para dar a estes partidos alguma esperança de vitória. É aguardar.