O Ministério Público de Contas de Mato Grosso do Sul, por meio do Procurador-Geral João Antônio de Oliveira Martins Júnior, propôs uma representação ao Tribunal de Contas do Estado (TCE/MS) para investigar possíveis irregularidades em contratações realizadas pelo município de Corumbá, a 429 quilômetros de Campo Grande.
As investigações, que tiveram início a partir de uma auditoria solicitada pela Polícia Federal à Controladoria Regional da União no Mato Grosso do Sul (CGU/MS), apontam graves indícios de direcionamento indevido em contratos de obras públicas.
Entre as principais irregularidades destacadas, a auditoria revelou que pelo menos duas obras públicas foram contratadas de forma suspeita com a empresa Agility Serviços Integrados Ltda. Segundo as investigações, essa empresa estaria ligada ao então Secretário Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, Ricardo Campos Ametlla, que teria utilizado Carlos Cesar Paz Gomes, residente em Ladário, como "laranja".
Entre 2022 e 2024, a Agility firmou contratos com a prefeitura que somam mais de R$ 12 milhões, dos quais aproximadamente R$ 6 milhões são oriundos de repasses federais destinados principalmente a obras na área de esportes.
Diante dessas suspeitas, o Procurador-Geral de Contas solicitou ao Tribunal de Contas a suspensão imediata de quaisquer pagamentos à empresa Agility Serviços Integrados Ltda. e recomendou a realização de uma inspeção urgente para apurar os fatos.
O relator do caso no TCE/MS acatou o pedido, impondo uma medida cautelar que suspende os pagamentos à empresa e determinou a realização de uma inspeção in loco para verificar com maior amplitude as contratações entre o município de Corumbá e a empresa Agility, além de identificar possíveis outras contratações não fiscalizadas pelo Tribunal de Contas.