16 de novembro de 2024
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Até secretário entende que contratos de tapa buracos são mal elaborados

Licitação e contratos mal elaborados, com brechas que permitem a cobrança por serviços mal feitos, ou sequer executados, desde há muito são firmados pelo poder público e empreiteiras.

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O secretário Valtemir Alves Britto, o Caco, ainda que não tenha embasamento técnico para responder de pronto às questões colocadas pelos vereadores, não deixa de comparecer à Câmara Municipal de Campo Grande, sempre que solicitado. Mas o grande mistério administrativo que ronda os contratos de tapa buracos da Capital é uma preocupação para sua pasta, e ainda que Caco enfatize que não existem zonas obscuras na atual gestão, mesmo ele não pode negar que os contratos firmados desde há muito, precisam ser revistos e readequados para que impeçam a malservação do erário.

Antes de responder às questões durante a audiência dessa manhã no plenarinho da Câmara Municipal, Caco fez uma análise rápida do caso tapa buracos e se propôs a retornar para dar quantas explicações forem necessárias para que sejam dirimidas as dúvidas e suspeitas.

“Todos os contratos não são invenção nossa, passaram por várias gestões, as mais recentes dos ex-prefeitos Nelsinho Trad (PMDB) e Alcides Bernal (PP) e têm continuidade na atual de Gilmar Olarte (PP sob liminar)”, disse Caco.

Caco fez questão de lembrar que a malha asfáltica da Capital está envelhecida, sendo que a maior parte dela tem mais de 30 anos, e que em função do elevado custos do serviço de tapa buracos, o prefeito determinou que se buscassem alternativas para reduzir os custos. Segundo o secretário, a alternativa é o recapeamento, e isso está sendo buscado através de financiamentos e na tentativa de um convênio com o governo Estadual, nos moldes feitos para o recapeamento da Avenida Afonso Pena.

No entanto, não deixou de reconhecer que os contratos contêm cláusulas que podem propiciar vícios e que a fiscalização não é feita a contento. “O prefeito Nelsinho Trad, através de Instrução Normativa, determinou que os tapa buracos fossem avalizados por moradores, no entanto essa determinação não vingou, pois a população se recusou a assinar confirmando a execução do serviço. Agora estamos estudando outras formas de proceder a uma fiscalização efetiva”, disse Caco, que salientou que mesmo com o recapeamento de 80 quilômetros previstos, existem mais 2.700 de malha, o que impede que o serviço de tapa buracos seja extinto.