Jair Bolsonaro “correu para os braços do Centrão”. Acuado pelo avanço das investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura erros e decisões ácidas da gestão Bolsonaro diante da crise sanitária de Covid-19 no Brasil.
A análise de que Bolsonaro se entregou ao Centrão é devido o chefe do executivo ter cotado o senador Ciro Nogueira (PP-PI), que comanda a minoria governista na CPI, para assumir a Casa Civil.
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Com essa aposta Bolsonaro empurra um dos seus aliados ao desprestígio, deixando a Casa Civil, o general Luiz Eduardo Ramos, vai para a bem menos prestigiada Secretaria-Geral da Presidência, onde está Onyx Lorenzoni, do DEM.
A articulação política acontece com a benção do correligionário e amigo Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara.
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Para Onyx, Bolsonaro vai recriar e entregar-lhe o Ministério do Trabalho, rebatizado Ministério do Emprego e Previdência, tirando um importante naco do superministério da Economia, desprestigiando assim o serviço de Paulo Guedes.
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O general Ramos se disse surpreso com a decisão de Bolsonaro, sendo que argumentou que só foi comunicado na quarta (21.jul) sobre a sua - demissão na Casa Civil. ‘Eu não sabia. Fui atropelado por um trem’, admitiu em entrevista ao Estadão.
Paulo Guedes, no entanto, participou das negociações que, na prática, tiraram-lhe poder sobre a política de emprego. Na avaliação do ministro da Economia, a minirreforma ministerial melhora a relação com o Congresso e pode destravar itens importantes da agenda econômica.
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A política é um jogo e Ciro Nogueira, sendo apostador, trabalha para levar Bolsonaro de volta para o PP com mais uma leva de outros integrantes do governo.
Nogueira é o cara que tem duas denúncias, uma por propina e outra por obstrução de Justiça, pendentes no Supremo Tribunal Federal (STF) e é investigado num terceiro inquérito.
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“Com a nomeação, Bolsonaro entregou a política aos profissionais, rebaixou o Exército e trincou mais um pouco o prestígio do ministro Paulo Guedes. Bolsonaro está dividindo o poder agora para enterrar a CPI da Covid e os pedidos de impeachment, aprovar seus indicados para o Supremo Tribunal Federal e Procuradoria-Geral da República e montar uma aliança sólida para 2022”, cravou a Veja.
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A ministra do STF Cármen Lúcia negou o pedido do PT para que o Supremo obrigasse Arthur Lira a analisar os 126 pedidos de impeachment contra Bolsonaro. Na decisão, ela lembrou que, pela Constituição, a abertura ou não de um processo de afastamento do presidente é prerrogativa do presidente da Câmara.
Ciro Nogueira já esteve no banco da esquerda, hoje mudou de lado por conveniência política, mas os apoiadores radicais de Bolsonaro não aprovam o reserva do time ministerial.