23 de dezembro de 2024
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André, Bernal e Azambuja dão as cartas decisivas para 2016

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A temporada de pré-campanha em Campo Grande ganha indicadores que sinalizam acentuada tendência de pulverização no quadro de alternativas para os eleitores. Com a “janela” aberta pela reforma política, estão sendo criadas novas possibilidades eleitorais. Candidaturas que não seriam politicamente viáveis nas atuais composições partidárias poderão ser possíveis, como indicam as situações do ex-petista Ricardo Ayache, que transferiu-se para o PSB, e do ainda peemedebista Marquinhos Trad, já no trampolim de onde saltará para novo abrigo, provavelmente PTB ou PSD.

Poucas foram as pesquisas realizadas e divulgadas este ano sobre sucessão na Capital. Uma das mais recentes, a da Vale Consultoria, confirmou a impressão generalizada dos analistas mais experientes: o ex-governador André Puccinelli (PMDB), o governador  Reinaldo Azambuja (PSDB) e o prefeito Alcides Bernal (PP) figuram entre os eleitores mais decisivos. Do trio, só Azambuja efetivamente não está metido no rol de prováveis concorrentes. Bernal, recém-investido no cargo de prefeito, vai tentar a reeleição. No caso de Puccinelli, apesar de liderar as intenções de voto ele ainda não acenou clara e objetivamente se vai buscar um terceiro mandato na chefia do Executivo municipal.

Depois de vencer uma acirrada disputa contra Zeca do PT em 1996, quando no segundo turno alcançou uma contestada diferença de 411 votos, André Puccinelli instalou-se para a consagração como prefeito de uma das mais admiradas cidades brasileiras. Em duas gestões - de 1997 a 2000 e, reeleito, de 2001 a 2004 – comandou um dos ciclos de maior empreendedorismo na cidade, ganhou visibilidade midiática nacional e com isso pavimentou o caminho pelo qual chegou, sem sobressaltos, ao governo do Estado. Sua passagem pela Prefeitura foi a semente que fez brotar a imagem mitificada que cresceu como governador e até hoje sustenta sua visibilidade política, mesmo no sereno.

Para Reinaldo Azambuja, o ponto de chegada de seu voo mais alto em 2014 seria uma vaga no Senado, em insólita parceria com o petista Delcídio Amaral, a quem retribuiria o apoio saindo fora da disputa pelo Governo. Mas esse tipo de jogo não foi digerido pela cúpula nacional do PT, que proibiu a aliança tucano-petista e praticamente forçou Azambuja a ser o governador, saindo da posição de terceira via para tirar Nelsinho Trad (PMDB) do páreo, forçar o segundo turno e, então, atropelar Delcídio.

Até à abertura das urnas em 2016 o governador tucano tem um folgado espaço para, no mínimo, conservar a ampla fieira de apoios que costurou para vencer a sucessão estadual. De quebra, e à exceção da Assembleia Legislativa, comandada por Junior Mochi, um dos lugares-tenentes do PMDB andrezista, Azambuja tem ainda no seu arco de aliados os dirigentes de organizações sociais e econômicas de poderosa influência, como as federações da Indústria (Fiems), agricultura, (Famasul), pecuária (Acrissul) e comércio e serviços (Fecomércio e Faems).

Bernal acaba de ser política e eleitoralmente resgatado pela decisão da Justiça, que lhe devolveu o cargo de prefeito afastando o vice que estava na titularidade, Gilmar Olarte. Com a caracterização do golpe desenhada por indícios e provas juntados pela Polícia, Ministério Publico e outros órgãos de fiscalização e controle, Bernal se confirma entre as lideranças de ponta no consciente coletivo dos campograndenses. É verdade que tem pouco tempo para governar, já que cortaram parte considerável de seu mandato. Porém, já é visto pela opinião publica como vítima da judicialização da política local e se está respirando é porque não perdeu o fôlego que tinha, em boa quantidade, quando surgiu como fenômeno das urnas na disputa eleitoral de 2012.

QUEM VEM – Mas o céu não é tão propício aos brigadeiros para os voos de interesse de Puccinelli, Azambuja e Bernal na sucessão local, a considerar que existem outros personagens embalados e com cancha disponível para brigar por um espaço na fila de cima das pesquisas. O deputado estadual Marquinhos Trad, o presidente da Cassems Ricardo Ayache e a vice-governadora Rose Modesto têm facas competitivas nas mãos para cortar suas fatias desse queijo. E o PT, que tende a acompanhar Bernal, ainda vive uma distante expectativa de recuperação do governo de Dilma Roussef para criar um horizonte nesse desafio, tendo em sua oferta os nomes do deputado federal Zeca do PT e dos deputados estaduais Pedro Kemp e Amarildo Cruz.