Uma dos 33 alvos da Operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal, deflagrada nesta 5ª feira (8.fev.24), o Padre José Eduardo de Oliveira e Silva, está pedindo 'Pix' para compar um celular e um computador.
O paróco de Osasco (SP), foi apontado pela PF como integrante de um dos 6 núcleos do golpismo articulado e perpetrado por Jair Bolsonaro (PL) para dar um golpe de Estado no Brasil após a sua derrota nas urnas em 2022. "Cronologia dos atos a serem praticados, descritos pelo GENERAL VIRGÍLIO se coaduna com os elementos de provas colhidos, demonstrando que os investigados estavam executando atos para consumar um Golpe de Estado no Brasil, no sentido de manter JAIR BOLSONARO no poder", disse a Polícia Federal. Eis a íntegra da peça judicial.
- Veja aqui quem são os presos e demais alvos da Tempus Veritates.
- Tudo sobre o 8 de janeiro no MS Notícias.
Após ser alvo de busca e apreensão, o bolsonarista que mistura política com religião, teve o seu computador e celular apreendidos. Diante disso, abriu uma espécie de 'vaquinha' para adquirir novos equipamentos para não cessar sua atuação nas redes.
Numa mensagem publicada nos stories do Instagram em que tem quase 300 mil seguidores, o radical fala de si em 3ª pessoa pedindo ajuda: “O padre José Eduardo está incomunicável, pelos motivos evidentes. Retiraram seu celular e seu computador. Se alguém quiser ajudar o padre a adquirir novos equipamentos, segue o pix”.
Conforme a PF, o padre integrou o "Núcleo Jurídico" do golpe bolsonarista, composto também por Filipe Garcia Martins Pereira, Anderson Gustavo Torres, Amauri Feres Saad e Mauro Cesar Barbosa Cid. Eles atuavam no assessoramento e elaboração de minutas de decretos com fundamentação jurídica e doutrinária que atendessem aos interesses golpistas do grupo investigado.
O padre também se diz comunicador e “possui um site com seu nome (www.padrejoseeduardo.com.br) no qual foi possível verificar diversos vínculos com pessoas e empresas já investigados em inquéritos correlacionados a produção e divulgação de notícias falsas (lnq.4.781 /STF)”, diz a PF. Portanto, o religioso é detentor de uma veículo que propaga fake news sendo financiado pela extrema direita.
Como mostramos aqui no MS Notícias ao longo do dia, o grupo de golpistas foram delatados por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro que está preso e fechou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal.
OPERAÇÃO TEMPUS VERITATIS
Como mostramos aqui no MS Notícias, a PF cumpre nesta 5ª feira (8.fev.24), ao menos 33 buscas em dez estados contra generais, coroneis, assessores, aliados políticos e contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Foram presos até o início desta noite de quinta-feira (8.fev.24) os seguintes suspeitos:
- Valdemar Costa Neto, presidente do PL (leia aqui):
- Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro;
- Marcelo Câmara, coronel da reserva do Exército citado em investigações como a dos presentes oficiais vendidos pela gestão Bolsonaro e a das supostas fraudes nos cartões de vacina da família Bolsonaro;
- Rafael Martins, major das Forças Especiais do Exército;
- O coronel do Exército Brasileiro, Bernardo Romão Corrêa Neto (leia aqui).
O STF também autorizou mandados de busca e apreensão pessoal e domiciliar contra os seguintes alvos:
- Jair Bolsonaro, ex-presidente;
- Valdemar Costa Neto, presidente do PL – partido pelo qual Bolsonaro disputou a reeleição;
- Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro em 2022;
- Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública;
- General Paulo Sérgio Nogueira, ex-comandante do Exército;
- Almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante-geral da Marinha;
- General Estevam Cals Theóphilo Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército;
- Tércio Arnaud Thomaz, ex-assessor de Bolsonaro e considerado um dos pilares do chamado "gabinete do ódio";
- Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro;
- Marcelo Câmara, coronel do Exército citado em investigações como a dos presentes oficiais vendidos pela gestão Bolsonaro e a das supostas fraudes nos cartões de vacina da família Bolsonaro;
- Rafael Martins, major das Forças Especiais do Exército.
- Bernardo Romão Corrêa Netto, coronel do Exército;
- Ailton Gonçalves Moraes Barros;
- Amauri Feres Saad;
- Angelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército;
- Cleverson Ney Magalhães;
- Eder Lindsay Magalhães Balbino;
- Guilherme Marques Almeida, coronel do Exército;
- Hélio Ferreira Lima, tenente-coronel do Exército;
- José Eduardo de Oliveira e Silva;
- Laércio Virgílio;
- Mario Fernandes;
- Ronald Ferreira de Araújo Júnior;
- Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros.
As diligências integram a nova fase das investigações que miram o gabinete do ódio durante o governo
do ex-presidente.
A operação foi chamada de "Tempus Veritatis", que siguinifica: "hora da verdade", em latim.