A GTX Serviços de Engenharia e Construção Ltda., antiga Luxury Car Transportes e Serviços, dos empresários Ivan Félix de Lima e Rodrigo Gomes da Silva, fatura cerca de R$ 100 milhões em contratos e emendas viabilizadas com apoio do senador Nelsinho Trad (PSD).
Conforme apurado, a maioria dos contratos conquistados pela GTX são de infraestrutura e iluminação pública em municípios pequenos do interior do Estado.
Apesar do tamanho dos municípios, os contratos têm cifras altas. Um dos mais robustos contratos foi fechado em com Ivinhema, que possui 27.821 habitantes. Sob a gestão do prefeito Juliano Ferro Barros Donato, a GTX ‘abocanhou’ um contrato de R$ 56 milhões.
O recurso é uma dívida milionária ao município de Ivinhema, pois foi liberado por meio de Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa). Para o município conseguir tal liberação, foi crucial a intervenção do senador Nelsinho Trad. Após Ivinhema abrir licitação, coincidentemente a empresa vencedora foi a GTX.
Outro projeto ambicioso e ‘salgado’ é a Orla de Ladário, cidade de 23.689 habitantes. Nelsinho destinou uma emenda de R$ 18,2 milhões para a construção da Orla na cidade que tem como prefeito Iranil Soares (MDB).
Também entrou no cofre da GTX, recurso na ordem de R$ 5,7 milhões de emenda de Nelsinho, para obras no bairro Paranaguá, em Três Lagoas. A cidade tem 132.152 habitantes e o prefeito é Ângelo Guerreiro (PSDB).
A GTX ainda ‘abocanhou’ um contrato de R$ 3 milhões para obras no bairro A-1 até a área de lazer Toca do Peixe, em Bataguassu. A cidade com 23.031 habitantes é gerida pelo prefeito Akira Otsubo (MDB).
Em outubro de 2023, a GTX pegou mais um contrato de R$ 1,5 milhão, para pavimentar diversas ruas do Distrito de Lagoa Bonita, em Deodápolis. A cidade minúscula, tem 13.663 habitantes e é chefiada por Valdir Sartor Gaúcho (DEM). O recurso também foi empréstimo do Finisa, por meio da Caixa Econômica Federal.
GTX: MÁFIA E FRAUDES
A GTX é uma das acusadas da Operação Pregão (2020), suspeita de integrar esquema de fraude licitatório num contrato de R$ 18 milhões em Dourados (MS).
Um dos donos da GTX, Ivan Félix, é conhecido como o “Rei dos Bitcoins” e investigado desde 2018, suspeito de ser um dos líderes da empresa de pirâmide (Mineworld) – uma máfia das pirâmides de bitcoin – desmantelada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de Mato Grosso do Sul.
LIBERADO PARA LICITAR
Ivan voltou a ter o direito de contratar com o Poder Público em novembro de 2021, mesmo respondendo ação judicial por crimes contra os cofres públicos e contra a sociedade.