A presidente Dilma Rousseff, em recente entrevista à Bloomberg (um dos principais provedores mundiais para o mercado financeiro, TV, revistas, terminais de informação) sinalizou que o governo terá que promover cortes em todos os setores para rever o déficit. “Vamos fazer um grande corte. Um grande contingenciamento”, disse.
O governo já trabalha com o fato, baseado em dados, de que apenas o ajuste fiscal não bastará. O déficit recorde em fevereiro deu a indicação: a poupança vem apresentando queda e a dívida pública não arrefece a tendência de alta.
A intenção é cortar R$ 58 bilhões já em 2015, valor que a equipe econômica acredita ser necessária para garantir a meta de superávit primário de 1,2 do PIB para este ano (R$ 66,3 bilhões).
“Eu farei tudo para atingir 1,2%, não é só uma questão de crença, é de ação política. Tem que racionalizar gastos e defasar outros. É a parte do governo, e ela vai ser grande”, destacou a presidente Dilma.
Leia também
• Para evitar manifestação vazia, PT faz prévia em evento de 1º de abril
• Azambuja autoriza pavimentação e reforma do Detran em Sidrolândia
• Câmara dá autorização para Olarte agir sem transparência
• Fiscais de Renda querem barrar projeto dos ATEs para evitar danos maiores aos contribuintes
O corte será maior do que previsto, porque no ritmo atual da desaceleração da economia o Tesouro teria dificuldades para atingir a meta fiscal prometida.
O governo terá que ceder para aprovar as medidas fiscais no Congresso, e isso sinaliza uma economia menor que a prevista. A meta prevista de uma economia de R$ 18 bilhões com as mudanças propostas nos benefícios trabalhistas e previdenciários e mais R% 5 bilhões com a desoneração da folha de pagamento não devem ser atingidas.
Toda essa matemática leva em conta uma receita a mais de R$ 20 bilhões conseguida por meio de aumento de impostos e a volta da Cide (Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico sobre o preço dos combustíveis).