Em porteira que passa um boi, passa uma boiada. Com a certeza de que está livre para tomar qualquer atitude sem a necessidade de prestar contas à população – que não lhe elegeu – ou prestar contas aos vereadores que o apóiam em blindam, o prefeito Gilmar Olarte irá efetuar o pagamento dos servidores em duas parcelas. Inclusive dos 1.045 apaniguados comissionados.
Segundo informou o presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, Mario Cesar (PMDB), durante sessão itinerante realizada no Conselho Regional de Administração de Mato Grosso do Sul (CRA-MS), o pagamento dos servidores municipais será feito de forma parcelada já a partir de abril. O vereador disse estar informado desta decisão desde a terça-feira (28), quando teria sido informado pelo secretário da Administração, Wilson do Prado.
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Depois do corte das gratificações para redução da folha de pagamento, essa era a nova surpresa preparada pelo prefeito. Alguns dos vereadores da base aliada mostraram indignação e ameaçaram convocar o prefeito para as necessárias explicações, mas tudo não passa de um jogo de cena para ser assistido pela população, uma vez que desde o início do governo Olarte, e beneficiados com cargos na administração municipal, estes mesmos vereadores dizem amém e votam tudo o que o prefeito e seu staff “pedem”, além de blindarem a administração municipal de todo e qualquer questionamento ou ataque.
Servidores concursados estão interessados em saber o tamanho da crise que, nesse grau atinge apenas Campo Grande, uma vez que nenhuma obra está sendo tocada, as que estão prometidas dependem da vinda do verba federal, com pequena contrapartida municipal, e até mesmo o repasse para a Santa Casa não está sendo honrado.
E mantemos em aberta a pergunta que não consegue ser respondida: Se a prefeitura não tem dinheiro para nada e nada está fazendo, por que contratar 1.045 amigos do prefeito, secretários, irmãos de fé e vereadores da base aliada?