A audiência pública para discutir proposta de cortar plantões de servidores da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), começou lotada na Câmara Municipal com vários funcionários públicos da área da saúde, boa parte deles com cartazes, nariz de palhaço e usando roupas de cor preta.
A enfermeira do Centro Regional de Saúde do Coophavilla e integrante do Conselho Municipal de Saúde, Shirlei Gonçalves, disse que nenhum trabalhador faz jornada dupla ou tripla porque gosta. “Precisamos rever valores. Queremos salário digno e respeito", disse Shirlei.
Para Elizandra Rospide, assistente administrativa da secretaria de saúde e plantonista do posto de saúde do Coronel Antonino, o município está marginalizando a saúde. "É uma situação extremante grave. Estão querendo culpar o servidor pelas mazelas. Falta de médico é culpa do servidor? Falta de material é culpa do servidor? Falta de tudo é culpa do servidor? Quem vai perder é a população. Imagina. Eu trabalho em uma unidade onde existem mais de 50 mil atendimentos por mês e se tirar um enfermeiro imagina a falta que vai fazer. Imagina a quantidade de crianças que ficarão esperando. Se já está ruim, a partir de segunda-feira vai ficar pior”, exclamou ao MS Notícias Elizandra.
Uma assistente administrativa, de 47 anos, que não quis ser identificada, relatou que é uma vergonha a situação da saúde na capital. “Eles querem cortar nossos plantões eventuais que ajudam no nosso orçamento. Eu ganho mil reais. E olha que tenho 20 anos de casa e isso é base. O comissionado ganha até R$ 8 mil. A nossa classe está destroçada. É um descaso, é incompetência", reclamou.
Os vereadores Paulo Siufi (PMDB), Luiza Ribeiro (PPS), Thais Helena (PT), Chiquinho Telles (PSD) e o secretário municipal de saúde, Jamal Salem, participam neste momento da audiência na Câmara de Vereadores.