Questionados sobre a matéria veiculada pelo MS Notícias que sob o título “De surpresa, depois do feriadão, Olarte suspende contrato com educadores de Ceinfs da Capital”, e informava que 15 profissionais educadores infantis que atuam desenvolvendo atividades pedagógicas próprias para garantir a formação educacional das crianças de até 4 anos tiveram seus contratos rescindidos no dia 22 de abril, de forma abrupta, alguns vereadores mostraram desconhecimento do fato.
A vereadora Carla Stephanini (PMDB), repetiu o discurso do prefeito Gilmar Olarte, que a crise econômica que afeta o país atinge, também o município, e obriga o corte de gastos. Segundo a vereadora, que acompanha a prestação de contas sabe-se que os cortes seriam necessários, mas não se sabia a abrangência da crise. Carla assegurou que haverá um acompanhamento dos cortes e insistiu que devem ser preservadas as áreas de educação e saúde.
Entretanto, o prefeito Gilmar Olarte vem promovendo cortes exatamente nessas áreas. No caso específico deste grupo de educadores, são concursados da Semed (Secretaria Municipal de Educação) e cumprem carga de 20 horas, porém desde final de 2013, quando os Ceinfs passaram a ser geridos pela Semed, esse grupo especial trabalhava por mais 20 horas como contratados já que a prefeitura não abriu novo concurso.
Questionado, o vereador Eduardo Romero (PTdoB) disse ter recebido diversas denúncias, e acredita que esse corte foi uma medida administrativa equivocada. Além da perda na educação, Romero entende que prejudica todos aqueles que tinham feito uma programação financeira em função do contrato, que deveria se estender até agosto.
Segundo Romero, “outro ponto é em relação a essa área que é sensível. Todos os dias recebemos reclamações do déficit de atendimento na educação. Essa ação precisa ser bem analisada, porque a todo momento são anunciados projetos, e parece que as ações não estão correspondendo com a realidade financeira. Há um requerimento aqui na Casa, do vereador Otávio Trad (PTdoB) que faz os questionamentos sobre os cortes, como se dão e por qual razão, e os motivos financeiros para tais ações”, disse.
O vice-presidente da Comissão Permanente de Educação e Desporto, José Chadid (sem partido), e que também tem recebido diversas denúncias dos funcionários da Semed, lamentou que os cortes que vinham sendo feitos na Saúde, agora atinjam também a Educação, dois setores que reputam como prioritários para qualquer governo sério. “Eu mandei fazer um levantamento antes de me pronunciar da tribuna em relação a esses fatos. Falam que tem que economizar na questão do orçamento, dinheiro a gente sabe que tem, a arrecadação continua. Precisamos saber o que está acontecendo. Na função de vice-presidente da Comissão de Educação, e membro da Comissão da Saúde, acredito que por serem áreas prioritárias, Campo Grande não pode passar por esse problema. Acredito que são altamente condenáveis cortes nestas duas áreas. Se em alguém que não está conseguindo administrar sua área, que seja substituído. Economizar por que se está enfrentando problemas, e nós não vemos tantos problemas assim, que se tire das áreas que cuidam de ‘buracos’, jamais de educação e saúde. Isso é lamentável”, enfatizou.
Com suspensão dos contratos, os Ceinfs contarão apenas com três professores do programa pedagógico para atender a demanda das 100 unidades onde estudam cerca de 15 mil alunos. O MS Notícias ainda não conseguiu contato com o secretário adjunto, Osvaldo Ramos Miranda para se pronunciar sobre o assunto.