O prefeito de Campo Grande Gilmar Olarte (PP) voltou a falar a respeito da investigação do Ministério Público sobre o sistema Gisa, que, em tese, permite agendamento de consultas nas unidades de saúde da Capital, por telefone.
Olarte foi evasivo e deixou a responsabilidade de fiscalização e implantação do sistema a cargo exclusivo da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública). O Gisa foi contrato em 2008 pelo então prefeito Nelsinho Trad (PMDB) e seu secretário de saúde, e seu primo, Luiz Henrique Mandetta, hoje deputado federal pelo DEM.
O sistema, que custou R$ 10 milhões vindos do Ministério da Saúde nunca funcionou. Este ano, depois da CPI (Comissão Parlamenta de Inquérito) da Saúde realizada pela Assembleia Legislativa o escândalo veio á tona novamente com denúncias e novas informações que comprovaram existir fortes indícios de desvios de recursos públicos por parte de Nelsinho, Mandetta e outros envolvidos, que teriam favorecido a empresa Telemídia, vencedora da licitação em troca de benefícios financeiros. O caso se agravou depois de duas auditorias da CGU (Corregedoria geral da União) que constatou as irregularidades.
Acontece que independente dessa situação, o sistema foi contratado, pago e a prefeitura, sob comando de Olarte, há nove meses não se manifesta sobre o caso nem cobra da empresa a implantação do sistema e correção das falhas apresentadas. Olarte sempre ao ser questionado sobre o assunto joga a responsabilidade exclusivamente para a secretaria de saúde, o secretário Jamal Salem diz não saber ao certo do caso e joga culpa para a equipe do ex-prefeito Alcides Bernal (PP). O que ninguém explica é onde foram parar os R$ 10 milhões repassados a Campo Grande pelo Ministério da Saúde.
Heloísa Lazarini e Leide Laura Meneses