Em petição assinada pelo Defensor Público-Geral do Estado Fábio Rogério Rombi da Silva, Campo Grande está sujeita ao lockdown impetrado em pedido judicial pela Defensoria Pública do Estado. ‘A Prefeitura municipal da Capital será obrigada a adotar medidas de restrição comercial e social, pelo período de 14 dias’. Esse prazo ainda pode ser prorrogado segundo a autoridade estadual. A medida é considerada a única alternativa viável para frear o avanço da pandemia na Capital, que contabiliza 11.213 casos positivos e 149 mortes, conforme boletim divulgado nesta 3ª-feira (4.agosto) pela Secretaria Estadual de Saúde.
Na decisão, restaurantes e lanchonetes somente poderiam funcionar para entregas em domicílio. O pedido quer ainda, a restrição total de “circulação de veículos particulares exclusivamente para deslocamento ao trabalho de pessoas ligadas às atividades essenciais ou para compra de gêneros alimentícios e medicamentos ou, ainda, para atendimento médico, limitando o funcionamento do transporte público urbano ao mínimo necessário para garantir o deslocamento aos trabalhadores dos serviços essenciais e pessoas que
precisem de atendimento médico e indicando regras de biossegurança para o funcionamento das atividades essenciais
e transporte público urbano”, comportou.
O defensor argumentou ter se baseado em índices de contaminação pela Covid-19 em Campo Grande. “Ontem, 2 de agosto de 2020, o Município de Campo Grande divulgou seu mais recente boletim epidemiológico informando já serem 11.104 os casos confirmados”, apontando que o aumento de 715% demonstra haver erro na condução do enfrentamento à doença em Campo Grande. “Apesar de ter começado bem, o Município perdeu o rumo à medida que passou a flexibilizar as medidas iniciais. Mais recentemente, em vez de tomar medidas duras para restringir a circulação de pessoas, o Município expediu o Decreto n.º 14.380, de 14 de julho de 2020, que, em resumo, determinou a paralisação, mas somente aos sábados e domingos, de todas as atividades econômicas e sociais não essenciais no período de 18 até 31 de julho de 2020, funcionando nos demais dias das 09h00min às 17h00min com lotação máxima de 30% de sua capacidade. Francamente! É pouco, pouquíssimo, diante da gravidade da situação”, criticou o defensor.
A taxa de ocupação global de leitos, divulgada pela secretaria de Saúde Estadual nesta manhã (4.agosto), indica que na Capital do já são utilizados 91% dos leitos. Em Campo Grande há 11.213 pessoas com a doença, mais de 500 registradas nas últimas 24h. A Capital já registra 149 óbitos pela doença.
Apenas 36,2% da população campo-grandense está cumprindo o isolamento social. A taxa é pífia, em relação ao número mínimo, que é de 60% da população total.
O novo coronavírus segue avançando em Mato Grosso do Sul de forma acelerada e além do aumento disparado de novos casos confirmados, a taxa de letalidade também subiu para 1,6% no fim de semana.
A flexibilização das medidas restritivas em Campo Grande pode ter influenciado para a queda nas taxas de isolamento social. O comparativo com o fim de semana apresenta redução de 4,30% para o sábado e 2,50% para o domingo.