Aproximadamente 70 imóveis do residencial José Maksoud, próximo ao bairro Moreninhas, foram ocupadas por pessoas que estão inconformadas com a demora na entrega das chaves e da assinatura dos contratos das residências.
De acordo com denúncias de moradores feitas ao vereador Chiquinho Telles (PSD), a maior indignação é referente à falta de critérios, demora da distribuição e jogo de empurra entre a Emha (Agência Municipal de Habitação) e a Caixa Econômica Federal.
“Ninguém quer passar por isso, um pai que tem seus filhos não quer ter que entrar numa casa ocupada e depois sofrer humilhação de ter que deixar o imóvel, mas muitas vezes o desespero é maior, principalmente quando tem que escolher se vai pagar o aluguel ou colocar comida no prato das crianças, essa é a reclamação geral”, pontuou Chiquinho Telles.
O problema é antigo. No dia 27 de novembro do ano passado durante a inauguração do residencial, alguns contemplados procuraram a reportagem para dizer que ainda não haviam recebido as chaves da casa e não havia previsão de entrega, conforme matéria publicada pelo MS Notícias. Ainda conforme relatos dos moradores, muitos foram ao Horto Florestal, na época, para a assinatura dos contratos, porém tiveram documentos extraviados, o que na época foi confirmado pela então titular da agência Martha Martinez.
Na ocasião, Marta havia dito que os contemplados seriam convocados pela Caixa para regularização dos contratos, porém segundo Odin, as famílias estão à espera até hoje, e por isso decidiram ocupar as casas.
A reportagem entrou em contato com a Emha (Agência Municipal de Habitação de Campo Grande), que confirmou a pendência em relação à documentação, porém segundo a agência, a Emha assim como a Agehab (Agência Estadual de Habitação Popular) foram as responsáveis apenas pela triagem dos contemplados, cada uma com uma cota de 50%. A liberação dos contratos e das chaves, de acordo com a Emha, depende, exclusivamente, da Caixa.
Para o presidente do Residencial, Odin David Valu, o caso é um exemplo da falta de vontade do poder público. Odin criticou o jogo de empurra. “Eles não estão invadindo, eles estão ocupando. São pessoas que necessitam de um lugar para morar. O que acontece é a falta de documentação atualizada dessas pessoas, e em alguns casos os documentos são muito antigos e não dá para visualizar as informações quando é feito a cópia”, disse Odin.
A reportagem entrou em contato com a CEF, mas até o fechamento da matéria não obteve retorno.