Como se não bastasse greve dos médicos, demissão sem aviso dos Educadores dos Ceinfs (Centro de Educação Infantil), suspensão do atendimento ambulatorial da Santa Casa por falta de repasses do município, e um possível processo por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o Prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte resolveu cortar sem avisar o pagamento de 13º salário e férias dos professores convocados da Reme (Rede Municipal de Ensino).
A informação chegou ao MS Notícias pelos professores, que estão revoltados e apavorados com corte sem aviso. A reportagem conversou com o presidente da ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública) Geraldo Gonçalves que confirmou o corte.
Segundo Geraldo, em contrato firmado entre professores convocados e o município, o pagamento de férias e 13º é dividido mensalmente ao longo do ano e os profissionais recebem as parcelas junto com salário. Porém, ontem à noite, após terem acesso aos contra-cheques, os professores viram que o valor referente a férias e 13º não foi pago.
Geraldo questiona a atitude do Prefeito, pois além de trazer prejuízos aos professores, o corte foi aplicado sem nenhum aviso. "Não recebemos nenhum documento, nenhum ofício, nada, e isso não pode acontecer, por isso vamos exigir da administração uma explicação do motivo do corte e cobrar que isso seja revertido", diz Geraldo.
Atualmente, 45% dos professores que atuam na Reme são convocados. Geraldo informou que está neste momento a caminho da Prefeitura para uma reunião com o secretário de administração Wilson do Prado com intuito de obter mais informações sobre o corte e cobrar do município reversão da decisão, já que, legalmente, a Prefeitura não poderia ter efetuado um corte salarial desse tipo sem aviso prévio, uma vez que é previsto contratualmente. Segundo alguns professores, caso o Prefeito não volte atrás, será discutida greve.
Porém, muitos professores temem até falar em greve, conforme denúncias recebias pelo MS Notícias, depois da nomeação de Wilson do Prado, como secretário interino da Semed (Secretaria Municipal de Educação) diante da saída da titular Angela Maria de Brito e do adjunto Osvaldo Miranda pediram exoneração alegando falta de condições de trabalho, não se pode se manifestar contra Prefeito.
Segundo esses professores, hoje, uma professora convocada que posto em sua página da rede social Facebook um comentário pessoal sobre o Prefeito teria sido advertida da possibilidade de suspensão de contrato, outro efetivo que também fez o mesmo já teria sido colocado na "geladeira". O mesmo aconteceu com os médicos, como o MS Notícias havia antecipado, para pressioná-los, ontem o Wilson do Prado, divulgou uma lista com salários deles mostrando que os" médicos do município recebem bem e não devem entrar em greve", segundo secretário.
Pior que tudo isso, na opinião de professores e médicos, é a falta de diálogo, pois embora publicamente o Prefeito e secretários de dizem dispostos a dialogar, nos bastidores Olarte tem sempre acionado a justiça para impedir greves. Foi assim com o professores da Reme no início do ano está sedo assim com os médicos.