Nesta terça-feira (11.jun.24), uma Comissão Parlamentar montada na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul se reuniu para discutir a bagunça que se tornou a reforma do Estádio Universitário Pedro Pedrossian, o Morenão, em Campo Grande (MS). Desde o seu início em 2022, a reforma se tornou mais uma novela de incompetência e desperdício de dinheiro público na Capital sul-mato-grossense.
A contemplada num Termo de Fomento em 2021 foi a Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura (Fapec), que a altura do contrato tinha como Diretora-Presidente Nilde Clara de Souza Benites Brun, que pegou R$ 9.404.942,70 para realizar a obra em três etapas: infraestrutura, reforma dos banheiros e reforma dos vestiários. Apesar disso, passados mais de dois anos, a Fapec conseguiu concluir apenas a reforma dos banheiros, dizendo que restam R$ 7.838.761.08 no cofre da Fundação.
Conforme apuração do MS Notícias, com base nas informações disponibilizadas no Portal da Transparência da Fapec, desde que a obra no Morenão teve início foram gastos R$ 3.230.566,98 destinados à empresa 1A Serviços de Obras Civis e Terceirização de Pessoal LTDA EPP, que já se chamou 1A - Produção e Assessoria de Eventos LTDA. Além disso, mais R$ 109.374,98 foram destinados à Prefeitura de Campo Grande e a empresa Pontalti Incorporadora & Administradora de Obras LTDA recebeu mais R$ 259.598,53. Portanto, os gastos totais com a obra até o momento são cerca de R$ 3.599.540,49 para concluir apenas os banheiros. Veja as tabelas de gastos:
Mesmo com o atraso, a Fundação ainda poderia entregar a obra do termo no qual se comprometeu, mas nessa manhã, a Fapec apresentou um pedido de aditivo escandaloso.
Os números apresentados pelo assessor jurídico da Fapec, responsável pela obra, são um tapa na cara do contribuinte: agora a empresa estima que para concluir a obra precisa de mais de R$ 38 milhões. Isso significa um rombo de mais de R$ 30 milhões se comparado com o plano de trabalho apresentado no certame público, com 304,5% de acréscimo sobre o contrato inicial.
Durante explanação nessa manhã, José Eduardo Lima, um dos representantes da Fapec, tentou justificar o absurdo alegando que a Fundação concluiu a reforma dos banheiros, mas agora precisa repensar o projeto todo. Na prática, pelo o que disse José, a Fundação acha que o custo estimado inicialmente se provou ‘uma piada de mau gosto’. “Então hoje a gente está com um valor, que na exposição a gente vai falar, que ele está bem acima do permissivo legal para poder dar continuidade à parceria”, argumentou durante audiência.
Enquanto os políticos batem cabeça na Assembleia discutindo o que fazer com esse elefante branco, o povo assiste perplexo ao espetáculo de incompetência e desperdício de recursos. Enquanto isso, o Morenão continua lá, agonizando, à espera de uma intervenção que respeite o dinheiro público e a inteligência dos cidadãos.
A Fapec, depois da reunião, rompeu o contrato de disse que vai devolver aos cofres públicos os R$ 7.838.761.08 que teriam 'sobrado'.